Augusto Santos Silva disse, esta terça-feira, que a lei do pluralismo e da não concentração dos meios de comunicação social, aprovada pelo PS, com os votos contra do PSD e depois vetada pelo Presidente da República teria impedido a suspensão do "Jornal Nacional de Sexta".
Nas audições sobre liberdade de expressão que decorrem na Comissão de Ética, o ex-ministro responsável pela Comunicação Social lamentou que o PSD e Cavaco Silva se tenham oposto à lei do pluralismo e da não concentração dos meios de comunicação.
Augusto Santos Silva sustentou que essa lei teria impedido que a administração da TVI tivesse acabado com o "Jornal Nacional de Sexta".
O antigo ministro da Comunicação Social confessou que sentiu «espanto» pelo facto de o PSD e outros grupos parlamentares se terem pronunciado «contra os artigos em que era vedada à propriedade de um órgão de comunicação social intervir na direcção dos conteúdos».
Santos Silva defendeu que os órgãos de comunicação social portugueses deviam seguir a tradição anglo-saxónica, assumindo a defesa de algumas orientações políticas. O antigo titular da Comunicação Social apelou «àqueles que de facto têm orientações político-editoriais, que são legitimas», que «saiam do armário».
O actual ministro da Defesa garantiu também que o Executivo não sabia nem tinha que saber da intenção da PT de comprar uma parte da TVI. «O Governo não tem de se meter nos negócios da Comunicação Social», frisou.