Em reacção a uma das dez medidas que o Ministério da Saúde pretende implementar para uma gestão mais eficiente do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), João Cordeiro, classifica de «hilariante» o facto das receitas passarem a discriminar o valor que o utente pouparia se lhe tivesse sido prescrito um medicamento mais barato.
Segundo o responsável, esta medida só vai «fomentar o conflito entre o doente e o médico».
«Isto é uma situação que não consigo entender e que obviamente tem como consequências criar um relacionamento penalizador entre médico/doente. Esta medida não tem pés nem cabeça. Acho que isto é hilariante e, como é óbvio, lamentável», declarou à TSF João Cordeiro.
O presidente da ANF considerou, porém, que esta medida não terá consequências «absolutamente nenhumas» para as fármacias.
Ainda na área da política do medicamento, o Governo determinou a redução imediata de dez por cento do preço das tiras de controlo da glicemia para diabéticos, que permitirá uma poupança de cinco milhões de euros num ano, e a redução do preço dos genéricos omeprazol e sinvastatina, que poupará 18 milhões de euros ao Estado e 17 milhões ao utente.
As dez medidas anunciadas, esta segunda-feira, pela ministra da Saúde, Ana Jorge, contribuirão com 50 milhões de euros na redução global da despesa do SNS, que se pretende que seja de mais de 100 milhões de euros até ao final do ano, com a aprovação de outras medidas.
Os hospitais públicos têm um prazo de 20 dias para apresentar um plano de redução de despesa, incluindo baixar pelo menos cinco por cento a despesa com horas extraordinárias e de pelo menos dois por cento a despesa com fornecimentos e serviços externos.