O CDS-PP apresenta, esta terça-feira, uma proposta de lei de bases de cuidados paliativos, semelhante à que foi recusada pela maioria socialista há dois anos, que tem como objectivo passar a tratar estes doentes no âmbito de uma especialidade médica à parte.
Com esta legislação, esclareceu a deputada Isabel Galriça Neto pretende-se «tornar o sistema mais ágil, banir estruturas intermédias que causam enorme burocracia e que só contribuíam para aumentar a inércia e ineficácia do sistema».
«Estes doentes têm uma tipologia diferente, tal como uma criança na pediatria que exige cuidados específicos. O que tem acontecido até agora é que estes doentes têm sido tratados como doentes menores», acrescentou esta parlamentar do CDS-PP, em declarações à TSF.
Contudo, esta lei de bases «será uma boa oportunidade para que este Governo tenha a noção de que é possível, mesmo em altura de medidas difíceis, gerir melhor e apoiar este grupo de doentes».
Isabel Galriça Neto, que frisou que esta medida não vai trazer custos adicionais ao SNS, indicou que ainda que há má gestão de dinheiro que conduz ao «sofrimento dos doentes» e que a preocupação fundamental é tratar bem as pessoas.
«Dá-se o caso que, ao tratar melhor os doentes paliativos, vamos dar-lhes mais qualidade de vida e gastar menos com eles. A nossa estimativa tem por base estudos feitos que nos leva a estimar entre dois e quatro mil euros de custos por doente/ano que se reduz. Poderemos poupar montantes na ordem dos 125 milhões de euros por ano», concluiu.