Os cortes na saúde vão incidir na indústria farmacêutica e nos prestadores de saúde privados, passando também pela redução das horas extraordinárias, anunciou o ministro da tutela, assegurando que haverá um «esforço repartido» para poder proteger os mais carenciados.
Paulo Macedo falava à Lusa durante uma visita ao Hospital Amadora-Sintra, a propósito dos cortes de 10 a 15 por cento na área da Saúde anunciados pelo primeiro-ministro.
Segundo o governante, os cortes na saúde hão de ser definidos quando o Orçamento de Estado do próximo ano for aprovado, mas vão ser postos em prática por diversas vias.
«Desde logo, através do medicamento, através da redução de pagamento a prestadores privados, da redução de horas extraordinárias nos próprios prestadores de saúde, e também aos próprios convencionados, quer se trate de imagem, de hemodiálise ou análises clínicas», afirmou.
Os cortes no sector passam ainda pela reformulação dos horários das urgências, medida que já tinha sido anunciada.
Paulo Macedo assegurou que haverá um «esforço repartido», para que a redução da despesa se possa concretizar de forma equitativa, «tentando sempre proteger os mais carenciados».
Referindo que a visita de ao hospital Amadora-Sintra lhe permitiu ver os utentes que «precisam claramente de ser protegidos», o ministro assegurou que o «Governo vai continuar a protegê-los», nomeadamente através da manutenção de isenções de taxas moderadoras.
O Executivo prevê aumentar as taxas moderadoras e acabar com algumas isenções - que ainda não especificou -, defendendo que é essencialmente pelos rendimentos que se deve determinar a isenção de pagamento das taxas.
Relativamente a outros meios de poupança, o ministro destacou a aposta nos genéricos, bem como outras iniciativas na política do medicamento a serem concretizadas até ao final do ano.
Não sendo prioritária, e apesar de nenhuma farmácia ter aderido, a venda de medicamentos em unidose é para prosseguir, afirmou.