Governo encerra cirurgia cardiotorácica nos hospitais de Sta. Cruz e Vila Nova de Gaia

O Ministério da Saúde propõe o fim da cirurgia cardiotorácia no hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, e no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, segundo um despacho publicado em Dário da República. A Ordem dos Médicos diz que esta reforma hospitalar representa «amadorismo».

Segundo uma portaria publicada na quinta-feira em Diário da República, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (a que pertence Santa Cruz) e o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia deixarão de exercer as valências de farmacologia clínica, genética médica, cardiologia pediátrica, cirurgia cardiotorácica e cirurgia pediátrica.

Este diploma vem categorizar os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em grupos de I a IV, hierarquizando as unidades de acordo com a natureza das suas responsabilidades e as valências exercidas.

A portaria determina que as instituições hospitalares cumprem as reorganizações propostas até 31 de dezembro de 2015.

No ano passado, um cirurgião belga esteve a auditar os serviços de cirurgia cardiotorácica em Lisboa e recomendou a concentração de serviços, deixando de fora o Hospital de Santa Cruz, mas considerando que «faz sentido» manter o semipúblico Hospital da Cruz Vermelha.

As conclusões do relatório, conhecidas em outubro de 2013, preocuparam logo os profissionais de Santa Cruz, mas também nos outros hospitais públicos visados - Santa Marta e Santa Maria - o relatório não foi bem recebido, tendo mesmo levado o diretor do serviço de cirurgia cardiotorácica do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (Santa Maria e Pulido Valente) a escrever à Ordem dos Médicos para que esta se pronunciasse.

Em comunicado, o conselho de adminsitração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia mostrou preocupação com esta intenção, sublinhando que não é razoável a perda de valências.

Por seu turno, um elemento do corpo clínico do hospital de Santa Cruz, disse à TSF que, caso a portaria seja aplicada de forma maquinal e automática, vai afetar o sistema de saúde e, sobretudo, as populações.

Já o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, acusou o Ministério da Saúde de amadorismo, ao estar a querer fazer uma «profunda reforma hospitalar» sem um estudo prévio fundamentado e sem avaliar as consequências.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de