«Os dados revelam a elevada prevalência de obesidade na sociedade portuguesa, que continua a ser, provavelmente, um dos maiores problemas de saúde pública em Portugal», refere uma nota de imprensa da DGS sobre o documento do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.
Tal como acontece noutros países, são os grupos socialmente mais vulneráveis que parecem estar mais expostos a situações de risco nutricional, o que leva os especialistas a acreditarem que são necessários materiais de comunicação e educação para grupos com menores níveis de literacia.
«O impacto crescente que as pessoas obesas começam a ter nos serviços de saúde, mesmo sub-reportados, demonstra a necessidade de se atuar cada vez mais cedo», indica a DGS.
Outra conclusão do relatório é a de que há uma maior necessidade de apoio alimentar e nutricional por parte dos serviços de saúde à população mais idosa.
Mas as preocupações começam logo na infância, com os especialistas a detetarem «uma disponibilidade excessiva de doces e bebidas açucaradas» durante os primeiros três anos de vida, que depois se prolonga na adolescência.
«A excessiva ingestão de energia, em particular a proveniente de gordura de origem animal, o consumo excessivo de sal e o crescimento do consumo proteico e de gordura total são problemas nutricionais centrais na população nacional», indica ainda a autoridade de saúde.
Para a DGS, os dados recolhidos mostram que é determinante que haja uma «ampla articulação» entre outros setores, como agricultura, indústria, ambiente, educação, transportes, segurança nacional e planeamento urbano, para permitir uma disponibilidade de alimentos de boa qualidade nutricional por parte de todos os cidadãos.