Em conferência de imprensa no Ministério da Saúde, Ana Jorge apresentou esta segunda-feira, as dez primeiras medidas da tutela «para uma gestão mais eficiente do Serviço Nacional de Saúde (SNS)».
Segundo a ministra, só este ano estas medidas contribuirão com 50 milhões de euros na redução global da despesa do SNS, que se pretende que seja de mais de 100 milhões de euros até ao final do ano, com a aprovação de outras medidas.
O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Adão e Silva considerou, em declarações à TSF, que apesar de positivo, este plano tem muita burocracia e pouca ambição.
«Estamos de acordo porque tudo o que seja cortar no desperdício do SNS é bom para os portugueses. Agora, as medidas propostas são claramente insuficientes, imensamente burocráticas e o valor proposto é pouco mais que ridículo porque significa qualquer coisa como 0,01 por cento do orçamento do SNS para 2010», destacou Adão e Silva.
Também o CDS-PP, pela voz da deputada Teresa Caeiro, considera que o plano é curto e sem grande visão e questiona o calendário da apresentação deste conjunto de medidas.
«Estas medidas ficam aquém do que era necessário, não só em termos do tipo de medidas adoptadas mas também porque são feitas de uma forma cega e que não tem em conta o problema estrutural que é a falta de eficiência do funcionamento dos nossos serviços», destacou Teresa Caeiro.
Outra leitura tem o Bloco de Esquerda, como referiu o deputado João Semedo, que considera que em vez dos cortes, o plano do Governo devia contemplar um maior investimento.
«O Ministério da Saúde não precisa de um plano de contenção mas de um plano que reforçe o financiamento do SNS de forma a que possa funcionar com prontidão, qualidade e com o número de funcionários que precisa. Ora parte deste corte nas despesas vai seguramente comprometer despesas essenciais, nomeadamente em recursos humanos», referiu João Semedo.
O deputado João Semedo, que também é médico, critica ainda, como base na sua experiência, a ideia de assinalar nas receitas quanto é que o utente pouparia se lhe fosse prescrito um medicamento mais barato.
«Julgo que estas decisões vão transformar a relação médico/doente num grande sarilho porque hoje os doentes dispõem de suficiente informação, não há nenhum problema de trocar um medicamento de marca por um genérico se for respeito o grupo terapêutico prescrito pelo médico. Essa é que é a questão essencial», esclareceu.
A TSF contactou também o PCP, contudo nenhum membro do partido se mostrou disponível para comentar o plano de austeridade para o sector da saúde.