Os dados referentes aos hospitais públicos indicam que em 2009 a taxa de cesarianas foi de 33,2 por cento e os dados de 2005 das unidades privadas mostram uma taxa superior a 65 por cento.
Tendo em conta estes números, a comissão para a redução da taxa de cesarianas da Administração Regional de Saúde do Norte concluiu que a taxa global de cesarianas em Portugal tenha rondado os 36 por cento.
Portugal é um dos países europeus que mais recorre à cesariana, tendo sido ultrapassado em 2007 apenas pela Itália.
«Todos os restantes países europeus têm uma taxa que não ultrapassa os 30 por cento e vários têm uma taxa inferior a 20 por cento», frisa a comissão num documento onde propõe medidas para reduzir a quantidade de partos cirúrgicos.
Nos países nórdicos, como a Suécia, Finlândia e Noruega a taxa de cesarianas não chega aos 17 por cento e na Hungria é de 14 por cento.
Lembram os peritos que a cesariana envolve riscos adicionais de morbilidade e mortalidade maternas, decorrentes sobretudo de uma maior incidência de complicações trombo-embólicas, hemorrágicas e infecciosas.
O documento da comissão, a que a Lusa teve acesso, recorda que, apesar de a forma de cálculo dos custos associados à cesariana ser variável, é geralmente aceite que o parto vaginal tem menos custos.
A ministra da Saúde já reconheceu que Portugal precisa de baixar a taxa de partos por cesariana, mesmo em alguns hospitais públicos, recusando contudo que seja uma medida a atingir por motivos economicistas.