«Dos indícios que temos, não se trata de qualquer contrafação, mas sim de uma compra de uma farmácia (portuguesa) a uma outra entidade em Espanha», disse Paulo Macedo aos jornalistas no final de uma cerimónia de apresentação de uma aplicação para telemóveis sobre o preço dos medicamentos.
Paulo Macedo escudou-se no segredo de justiça para não adiantar pormenores sobre esta operação, adiantando contudo que as vacinas da gripe identificadas fora do circuito legal do medicamento estavam alegadamente a ser vendidas em várias farmácias pertencentes a um grupo.
O ministro não adiantou o número de vacinas identificadas, mas disse que o mesmo «não é significativo» e que se trata de «um caso muito localizado».
Segundo Paulo Macedo, os indícios de que tem conhecimento apontam para a inexistência de perigo para a saúde pública, não garantindo, contudo, que quem recebeu os fármacos não corre riscos.
O governante lembrou ainda que continua a decorrer o processo de investigação, uma vez que quem adquiriu estas vacinas dispunha de receita médica e que foi solicitada a comparticipação do Estado português num medicamento que estava fora do circuito legal.
Na segunda-feira, o presidente do Infarmed alertou para o risco de as vacinas que entraram ilegalmente no país serem falsificadas e adiantou que chegaram a ser vendidas e administradas a utentes, tendo sido pedida a comparticipação do Estado.
Eurico Castro Alves disse haver «indicadores inegáveis da entrada ilegal [das vacinas] no país», sendo agora necessário descobrir se há mais, quais os circuitos que seguem, quem as fabrica e se são falsificadas, razão por que foi lançada de imediato uma «operação à escala nacional para garantir que tal não acontece».
O responsável adiantou ainda que a farmácia onde foram detetadas estas vacinas situa-se em Aljezur e que o Infarmed estava a averiguar quem foram e onde estão os utentes que as compraram.
O caso foi detetado no final da semana passada.