É com tristeza e preocupação que a Associação Nacional de Sargentos assiste à degradação das condições financeiras das Forças Armadas.
O presidente da associação, António Lima Coelho confrontado, esta manhã, com a notícia de que faltam 223 milhões de euros para garantir o pagamento de ordenados e pensões até final do ano sublinha que lamentavelmente os alertas que foram feitos, em devido tempo, não foram entendidos pela tutela.
«Vemos esta situação com profunda preocupação e tristeza. Os salários e Segurança Social foram sempre pagos, o que não é desejável é que tenhamos chegado a este estado depois de responsavelmente termos alertado a tutela, as chefias, e até a via política», referiu Lima Coelho.
O responsável sublinhou que esta falta de verbas não tem só impacto nos salários e pensões, mas também na operação e manutenção das Forças Armadas, o que «pode por em causa a soberania e independência» nacional.
«Há por vezes exercícios que são alterados, cancelados, desviados porque a manta não chega a todo o lado. Também muitas pequenas missões e deslocações, que fazem parte do dia a dia das unidades, começam a ser postas em causa», revelou.
Também Jara Franco, presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, manifestou na TSF a sua preocupação, explicando que trata-se de uma situação se repete mas que este ano é «bem mais grave».
Jara Franco vai mais longe e avisa que a instituição está a chegar a um limite que pode ser perigoso.
A informação é avançada esta manhã pela edição do Correio da Manhã. Tal como na PSP e GNR, também as Forças Armadas não estão a entregar os descontos para a Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações.
O ministério da Defesa que assume, num ofício que fez chegar às chefias militares, a falta de dinheiro vai pedir um reforço de verbas às Finanças.