Proporção de reclusas estrangeiras aumenta 20 por cento em dez anos

Segundo um estudo que será publicado esta sexta-feira, 22 por cento das reclusas estrangeiras são cabo-verdianas, mas agora são já mais as europeias presas que africanas.

A proporção das reclusas estrangeiras em relação às portuguesas nas prisões portuguesas aumentou 20 por cento na última década, revelou um estudo que será divulgado esta sexta-feira.

De acordo com este estudo, coordenado por Raquel Matos, a maior parte das 175 reclusas estrangeiras, provenientes em particular da Europa e de África, está presa por tráfico de droga, muito embora também haja casos de furtos, roubos e homicídios.

Das reclusas estrangeiras, 22 por cento são de Cabo Verde, mas o número de mulheres europeias presas em Portugal, a maioria vinda de Espanha, Roménia, França e Holanda, está a aumentar.

«No primeiro semestre, as europeias até se sobrepuseram às mulheres africanas. Isto só aconteceu a partir de 2006 ou 2007. Foi uma mudança grande. Tem a ver com os novos fluxos migratórios, mas também percebemos que há algumas europeias em rota de tráfico internacional», explicou Raquel Matos.

A maioria das reclusas femininas das cadeias portuguesas tem entre 21 e 40 anos, sendo que três quartos da totalidade destas mulheres presas em Portugal cumprem penas entre os três e os seis anos.

«Com esta condição de não terem a nossa nacionalidade, muito mais facilmente não aguardam, especialmente as não residentes, julgamento em liberdade. Temos aqui mulheres a cumprir penas de um a três anos, por exemplo, o que se calhar com uma nacionalidade portuguesa não aconteceria», lembrou.

Com este estudo concluído, será agora traçado, no espaço de um ano, o percurso de vida destas reclusas estrangeiras, que estão integradas num universo de 600 a 700 mulheres presas em Portugal.

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