"A islamofobia persiste em algumas franjas da sociedade"

A professora da comunidade ismaelita acredita que os ismaelitas são alvos fáceis, mesmo dentro do mundo islâmico.

Faranaz Keshavjee, membro da comunidade Ismaelita, professora, investigadora e especialista em assuntos Islâmicos, considera que "a islamofobia persiste em algumas franjas da sociedade" portuguesa. Algo que acontece, sobretudo, quando há muito desconhecimento.

"A fobia vem do medo e o medo vem do desconhecido. E se conseguirmos trabalhar isto, conseguiremos ultrapassar. Nos últimos 20 anos vi uma evolução muito grande e tenho um amigo muito próximo, o Frei Bento Domingues, que uma vez num jantar em minha casa me disse, 'miúda, tens de falar, tens de explicar', 'não tens ideia da importância que tem o trabalho que está a ser feito, no sentido de explicar isto a quem não sabe, porque isto está a mudar as mentes das pessoas'. E a islamofobia persiste nalgumas franjas da sociedade, mas se formos perguntar são pessoas que não sabem mesmo nada, e daí vem o medo", explicou Faranaz Keshavjee em entrevista Em Alta Voz, à TSF e DN.

No Islão, a comunidade ismaelita é minoritária e, por isso mesmo, muitas vezes os seus membros são acusados de heresia por outras correntes. Faranaz Keshavjee defende que os ismaelitas são alvos fáceis, mesmo dentro do mundo islâmico.

"Conheço a comunidade sunita em Portugal, com quem temos uma relação de profunda fraternidade, a nossa família estudou com eles, estamos todos a sofrer a mesma dor porque isto podia ter acontecido em qualquer sítio. Mas, sobre essa nossa postura, não vou escamotear isto, no fundo, dentro do próprio universo muçulmano há esta ideia de que há uma certa heresia, e isso até está na historiografia islâmica. Ou seja, de que os ismaelitas são aqueles que não seguiram o caminho certo", acrescentou a professora.

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