Aberta investigação a morte de grávida transferida do Hospital de Santa Maria para São Francisco Xavier

O comunicado, enviado pelo IGAS às redações, procura responder a um conjunto de questões sobre o incidente.

A IGAS (Inspeção-Geral das Atividades em Saúde) confirmou, esta terça-feira, a abertura de uma inspeção ao caso da grávida que morreu após sofrer paragem cardiorrespiratória durante o transporte entre o Hospital de Santa Maria e o S. Francisco Xavier, em Lisboa.

A transferência terá sito motivada "por uma alegada inexistência de vaga no Serviço de Neonatologia da primeira unidade hospitalar para internar o bebé quando fosse provocado o parto".

No comunicado enviado às redações pode ler-se ainda que o processo de inspeção tem como objetivo responder às seguintes questões: "Qual foi a razão pela qual a utente foi transferida entre as duas unidades hospitalares? Quem foram os responsáveis pela decisão de transferência e sob que pressupostos clínicos asseguraram que a utente poderia ser transferida em segurança? Qual era a situação do Serviço de Neonatologia do Hospital de Santa Maria na data da transferência da utente? Em que circunstâncias ocorreu a morte da utente? Existiam soluções alternativas e mais seguras à transferência da utente?"

De acordo com o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), no dia 23 de agosto "deu entrada no Hospital de Santa Maria, por volta das 02h00, uma grávida de nacionalidade indiana, residente na Índia e recém-chegada a Portugal, com cerca de 30 semanas de gravidez, sem dados de vigilância da gravidez" que "recorreu à urgência por dificuldade respiratória e tensões arteriais altas".

"Após normalização das tensões arteriais e franca melhoria respiratória, foi transferida cerca das 13h00 do mesmo dia para o Hospital São Francisco Xavier, por ausência circunstancial de vagas de neonatologia no CHULN, acompanhada por um médico e enfermeiros", explica a unidade hospitalar numa nota enviada às redações.

No entanto, "ocorreu uma paragem cardiorrespiratória durante a viagem, tendo realizado reanimação cardiorrespiratória no transporte".

"À chegada ao Hospital S. Francisco Xavier foi submetida a uma cesariana urgente, tendo o recém-nascido 772g, que foi para a unidade de cuidados intensivos neonatais por prematuridade. A mãe ficou internada nos cuidados intensivos, vindo a falecer. Falecimento que o CHULN lamenta, endereçando à família as mais sentidas condolências", refere.

O Centro Hospitalar Unverstirário Lisboa Norte destaca "que a gestão em rede das vagas de neonatologia é prática corrente há vários anos, sendo o transporte de grávidas estabilizadas a prática recomendada por todas as instituições internacionais".

"A equipa de urgência de obstetrícia e ginecologia do CHULN encontrava-se completa", reforça o hospital.

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