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O reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, está satisfeito com os resultados da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Foi precisamente no Porto - no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - que se registou a média de entrada mais alta no país, de 18,9, correspondente ao último aluno a entrar no curso de Medicina.
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Os dados publicados à meia-noite dão conta de que fecham o pódio das médias de entrada mais altas dois cursos do Instituto Superior Técnico, em Lisboa: o de Engenharia Aeroespacial com 18,85 e o de Engenharia Física Tecnológica com 18,78.
A Universidade do Porto regista também, no entanto, a média mais alta da totalidade dos cursos, com 16,69 valores e António Sousa Pereira não deixa de notar que os resultados da instituição que tutela são "muito bons".
"Fazem jus ao esforço que temos feito por uma afirmação a nível nacional e internacional e por uma investigação de qualidade", assinala, realçando que a "melhoria muito significativa" da imagem da instituição acaba por refletir-se na procura.
Reitor da Universidade do Porto está satisfeito com os resultados.
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Em termos gerais, há "mais colocados do que no ano passado, apesar de haver menos candidatos", o que para António Sousa Pereira significa que os jovens portugueses "percebem a importância de ter uma formação superior", algo que o país deve "reconhece e apoiar" para fomentar uma "geração de jovens bem qualificados inovadora e diferenciada".
O presidente do conselho de reitores celebra também como "muito positivo" o aumento da procura de universidades do interior do país, cujo número de colocados cresceu em 6%. Ainda assim, assinala, é importante "não criar desequilíbrios no país" no que se refere à distribuição de alunos entre litoral e interior.
Na área das competências digitais, ciências dos dados e engenharias aeroespaciais o número de colocados cresceu em 9%, algo que também é celebrado. "É fundamental para o desenvolvimento de qualquer país hoje em dia", pelo que António Sousa Pereira fica agradado com a "perceção", por parte dos jovens, dessa importância.
Sem passar ao lado da realidade económica do país, com os preços da energia em alta e um aumento da pressão sobre os orçamentos das universidades, António Sousa Pereira identifica, ainda assim, um problema maior: a gestão dos orçamentos familiares.
"O grande desafio que temos pela frente é fazer com que os alunos permaneçam dentro do sistema e não abandonem o ensino em resultado da crise económica", explica o reitor do Porto, que diz ter a noção de que "há muitas famílias no fio da navalha em termos financeiros".
"Há muitas famílias no fio da navalha em termos financeiros."
A preocupação passa por "criar condições para que permaneçam no ensino superior, identificar as situações mais problemáticas e criar mecanismos para compensar as deficiências detetadas".
António Sousa Pereira defende que este deve ser um "esforço nacional" e pede que o "poder central perceba que tem de reforçar os mecanismos de ação social de forma a que não haja abandono escolar".