- Comentar
Um estudo recente da associação Renovar a Mouraria concluía que, dentro da população migrante que vive no bairro lisboeta, 36% vive com não familiares e 2% admite mesmo partilhar casa com mais de 25 pessoas.
Relacionados
PS atira a Carlos Moedas: "Assuma as suas responsabilidade e não sacuda a água do capote"
Inês Andrade, gestora de projetos da associação, considera que a realidade ainda é pior do que demonstram esses números.
"Nós acreditamos que estes números nem correspondem efetivamente àquilo que acontece no terreno. Fizemos com uma amostra de 300 pessoas e há 2% que diz viver com mais de 25 pessoas na mesma casa. Nós acreditamos que o cenário é ainda pior", disse à TSF.
Ouça as declarações de Inês Andrade à TSF
A gestora de projetos da associação Renovar a Mouraria explica que muitos destes migrantes chega a Portugal através de redes de tráfico humano e, por isso, têm dificuldades em legalizar-se no país.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"É uma pescadinha de rabo na boca. Sem contrato de trabalho, as pessoas não conseguem ter acesso à habitação no mercado regular. Além disto, vivemos paralelamente situações de discriminação. Os senhorios recusam-se a arrendar casas a pessoas migrantes, mesmo quando estas estão com condições regulares, em pé de igualdade com famílias portuguesas ou europeias", relata Inês Andrade.
O alojamento ilegal tem sido a alternativa para estas pessoas e isso traz também a falta de condições das habitações. A associação acredita, ainda assim, que se deve resolver o problema e não agravar a situação dos imigrantes.
"O que é que se vai fazer? Vamos denunciar e pôr estas pessoas na rua? É preciso encontrar-se soluções que não vulnerabilizem mais estas pessoas", acrescenta Inês Andrade.
A associação desafia as autoridades a encontrar soluções integradas que passem pela legalização, pelo trabalho e por mais acesso à habitação.