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A adesão à greve de 24 horas dos trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (RL) para reivindicar uma atualização salarial e melhoria das condições laborais rondava os 70%, às 07h30, disse à Lusa fonte sindical.
"Tal como já tínhamos avançado na semana passada, a adesão à greve dos trabalhadores da RL ronda os 70%", disse à Lusa o presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (SITRL), João Casimiro.
O sindicalista adiantou também que muitas carreiras têm estado a ser suprimidas devido à greve ao trabalho extraordinário, que está a decorrer.
A greve de 24 horas convocada para hoje é mais uma ação de luta dos trabalhadores da RL para reivindicar "salários dignos" da profissão que exercem, indicou na semana passada o sindicalista João Casimiro, explicando que, "neste caso, um motorista de transportes públicos tem 700 euros de ordenado base quando noutras empresas de transporte público já se atingiu o valor dos 750 [euros] em acordo".
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Segundo o presidente do SITRL, os sindicatos que representam os trabalhadores da RL estão disponíveis para negociar com a administração da empresa, que se faz representar pela Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP), mas tal foi recusado.
"A ANTROP, como nós tínhamos um pré-aviso de greve, neste caso para o dia 02 [de novembro], não negoceia, diz que não negoceia sob pressão", indicou o sindicalista João Casimiro.
"A nossa luta, basicamente, é reivindicar ordenados base dignos da nossa profissão", reforçou o presidente do SITRL, adiantando que os trabalhadores vão continuar a marcar mais greves, inclusive hoje decidirão em plenário as próximas datas.
O objetivo é conseguir "um ordenado justo" porque consideram que a categoria de motorista de transportes públicos "não tem que ser uma categoria que seja pautada pelo ordenado mínimo nacional", apontou o sindicalista.
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"Se não houver por parte da administração ou da ANTROP uma vontade de fazer alguma coisa em relação aos ordenados que nós temos, vamos continuar sempre a lutar, até ao fim", frisou João Casimiro.
A Rodoviária de Lisboa, empresa de transporte rodoviário de passageiros, opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, todos no distrito de Lisboa, servindo cerca de 400 mil habitantes.
A paralisação dos trabalhadores da RL coincide com a realização de uma greve parcial por parte dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, numa semana em que a capital recebe o evento internacional Web Summit, que começou na segunda-feira e termina quinta-feira.

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