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A Airbus admitiu a existência de problemas nos aviões A330 neo comprados pela TAP, no último ano, à fabricante de aeronaves.
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No último mês, a TSF noticiou que episódios de má disposição, enjoos e vómitos entre tripulantes e passageiros têm sido frequentemente registados durante viagens nos novos aviões da TAP , o que obrigou à abertura de uma investigação.

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Numa carta enviada à TAP, a 7 em junho, e a que o Dinheiro Vivo teve acesso , a Airbus reconhece que são pequenas gotas de óleo libertadas no arranque do motor e o sistema de ar condicionado das aeronaves que estão na origem dos maus cheiros detetados nos A330 neo.
"Foram reportados dois efeitos diferentes: cheiros pouco comuns e sintomas de desconforto, não havendo uma correlação entre os dois fatores", lê-se na carta.
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"Durante a fase de testes de voo, identificámos que o arranque do motor poderia gerar odores na cabina", detalhou a Airbus, referindo que "algumas gotas de óleo poderiam ser libertadas no compressor de alta pressão" e provocar o reportado "cheiro a óleo durante a fase de táxi, descolagem e subida".
A Airbus garante mesmo que já adotou medidas para contornar este efeito e que esses dados seriam partilhados com a Agência Europeia para a Segurança da Aviação no final do último mês.
"O sistema de ar condicionado foi identificado como outra fonte de odores", nota a Airbus na carta enviada à TAP, explicando que o fenómeno se deve à interação entre o ar proveniente do compressor de alta pressão e a tinta que reveste o avião. Para tal, terão sido efetuados tratamentos anti-calor e melhorada a circulação de ar nos aviões.
A Airbus ressalva, no entanto, que não podem ser descartadas "outras potenciais causas para o problema", acrescentando que há "investigações técnicas já em curso".
O jornalista José Milheiro dá conta das explicações dadas pela Airbus para os problemas nos A330 neo

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Mas quanto às situações de enjoos e vómitos, o mistério mantém-se. A Airbus não encontrou ainda uma explicação para estas ocorrências, limitando-se a afirmar que "está a trabalhar de perto com o operador [a TAP] que registou estes eventos".
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil já ameaçou avançar com uma greve caso o problema não seja resolvido. Já o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil afirmou, numa resposta ao Dinheiro Vivo, que está a acompanhar o caso, mas que "não pretende criar alarme em torno desta situação que possa comprometer a operação da TAP".
Na última semana, a TAP veio garantir que não existe "registo de insuficiência de oxigénio" nem "perigo para a saúde dos tripulantes e dos passageiros" que viajam a bordo dos A330 neo.
