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O Movimento Cidadão Diferente publicou uma carta aberta dirigida ao Ministro da Educação, à Secretaria de Estado da Inclusão e aos Deputados da 8ª Comissão (Educação e Ciência), onde denuncia o modo como as escolas estão a tratar os alunos com necessidades educativas especiais (NEE), numa altura em que os professores estão em greve.
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O movimento sublinha que estas crianças precisam de estabilidade nas rotinas e pediram, por isso, ao ministério para colocar um ponto final em situações que consideram desumanas para os alunos.
Miguel Azevedo, coordenador do Movimento Cidadão Diferente, dá exemplos de casos em que as crianças "ficam à espera, pelo menos durante a primeira hora, dentro de carrinhas, ou num espaço contíguo da escola, sem qualquer tipo de supervisão".
Claro que isto traz muitas dificuldades de entendimento, daquilo que se está a passar, e isso acaba por destabilizar estes alunos, não só na escola, mas também em casa".
Movimento apela à definição de um "plano de contingência" para acautelar estas situações.
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No entanto, a carta aberta já surtiu algum efeito. Miguel Azevedo revela que o Ministério da Educação pediu ao Movimento Cidadão Diferente para fazer um levantamento dos casos em que os alunos com necessidades especiais estão a ser severamente afetados pelas greves dos professores. Ainda assim, quando e como é que isso será feito, não se sabe.
"O Ministério da Educação manteve-se em silêncio até esta carta aberta. Agora pediram-nos para identificarmos os casos em que estas situações estão a acontecer, para tentarem resolver. Mas não sabemos como, nem quando. O que nós queremos é que isto não passe desta semana porque as previsões apontam para [que as greves] durem até fevereiro. É inconcebível para as famílias terem este impacto nas suas vidas diárias. Além disso, é preciso ter em conta o impacto negativo que é toda esta indefinição (...) o impacto que isto tem no comportamento dos próprios alunos" alerta Miguel Azevedo.
E se estas situações estão a ter impacto nas crianças, junto das famílias também se fazem sentir as dificuldades. O coordenador do Movimento Cidadão Diferente revela que "há famílias que já estão a ser pressionadas pelas entidades patronais a dizer que já não aguentam mais esta situação".