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A CGTP não vai responder ao apelo do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que enviou um pedido às duas centrais sindicais para marcarem, o quanto antes, uma greve geral.
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No Fórum TSF, Andreia Araújo, representante da comissão executiva da CGTP, lembrou que a próxima quinta-feira é um dia de luta da Intersindical, protesto que, considera, já dá resposta às preocupações dos professores e de outros profissionais.
"Esta resposta é a resposta que, neste momento, a CGTP e os sindicatos da CGTP consideram que é necessário dar, até porque desde sempre faz parte da agenda da CGTP a defesa da escola pública, mas também do Serviço Nacional de Saúde e da Segurança Social."
Greve geral é uma hipótese que "de momento, não está presente", afirma Andreia Araújo
Por sua vez, Paulo Cardoso da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), apelou ao ministério da Educação que repense a realização de exames, uma vez que muitos alunos não vão estar preparados.
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"Temos que ver que os alunos não têm a matéria consolidada, não estão a ter os conhecimentos adequados para se poderem submeter a um exame nacional. Isto é muito grave, porque depois as notas, vão acabar por baixar muito."
Paulo Cardoso considera os efeitos da greve "muito prejudiciais para o ensino"
A CONFAP defende ainda que o plano de recuperação das aprendizagens implementado na sequência da pandemia seja alargado.
"Além de o plano de recuperação de aprendizagens não estar a ser aplicado, os alunos ainda estão a perder mais aprendizagens. Portanto, também achávamos necessário que o plano de recuperação de aprendizagens pudesse ser expandido, para que os alunos possam vir a recuperar mesmo as aprendizagens, senão ainda vai ser pior."
Já no entender de Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, não se pode dizer que os alunos estejam a ser afetados pelas greves na dimensão descrita pela CONFAP.
"Neste momento estaria a ser muito populista se dissesse que os alunos têm estado a perder muitas aprendizagens. Não é verdade na maior parte dos casos."
Filinto Lima lembra ainda que muitos alunos tiveram professor durante meses, no início do ano letivo, e "aí sim, com certeza que os alunos perderam imensas aprendizagem".
Os pais são os mais prejudicado com as greves, nota Filinto Lima
"Esta greve está a mexer mais, na minha opinião, com a vida dos pais, que se levantam de manhã para deixar os seus filhos às 8 ou 9 da manhã nas escolas e não sabem se os filhos podem entrar às 8h00, às 9h00, às 10h00... Aí sim, reconheço, os pais, neste caso concreto, estão a ser prejudicados."
Sobre os serviços mínimos decretados para a greve do STOP, Filinto Lima diz que são a prova que há uma guerra entre o ministério da Educação e os sindicatos.
"Foi mais uma acha para a fogueira. Estamos aqui a assistir a uma guerra, mais do que uma luta, uma guerra. É uma guerra entre o ministério da Educação e os sindicatos que, infelizmente, não estão unidos, estão totalmente desunidos - cada um tem a sua estratégia, cada um tem o seu foco. Agora uma coisa é verdadeira: os professores estão mais unidos do que do que nunca."
Manuel Pereira, presidente da Direção Associação Nacional de Dirigentes Escolares assume que a gestão dos serviços mínimos tem sido uma dor de cabeça.
"É mais um problema que temos, lamenta Manuel Pereira. "A maior parte de nós não tem sossego, não tem descanso - está na escola das 8 às 8", lamenta.
Em muitos casos, "serviços mínimos são serviços máximos", alerta Manuel Pereira
Além disso, "num agrupamento que tem oito ou 10 ou 15 escolas, definir serviços mínimos para todas as escolas, para todos os dias, não é propriamente uma tarefa fácil. Na maior parte dos casos, os serviços mínimos são serviços máximos. Implicam que, na prática, todos estejam na escola."