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Nesta semana de Páscoa, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) recomenda um comportamento responsável às comunidades católicas, mesmo com um forte abrandamento das restrições, por causa da pandemia.
Desde logo, o uso de máscara sempre que houver ajuntamentos, mesmo ao ar livre.
A orientação mais detalhada é a que diz respeito à tradição da Visita Pascal.
Quando a cruz entra na casa das pessoas, só os elementos do cortejo que a transporta podem entrar, e todos devem usar máscara.
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Mesmo que outras pessoas acompanhem o cortejo, devem aguardar à porta.
Conheça as recomendações da Conferência Episcopal Portuguesa.
Dentro de casa, mantém-se a tradição de "uma breve oração com a família reunida, terminada a qual os membros da família são convidados a venerar a cruz com uma vénia ou outro gesto que não implique contacto físico".
O líder do cortejo pode lançar água benta sobre a casa "e sobre os presentes".
Se existir, como é tradição, uma mesa com comida e bebida, "não se convidam para ela os membros do grupo de mensageiros da Páscoa" e a partilha de alimentos "deve restringir-se aos membros da família" que ali habita.
Essa "partilha de alimentos", acrescenta a CEP, "só se fará após a partida dos visitadores", explicando-se que o ato de "comer em conjunto implica tirar a máscara e isso faz aumentar o risco de eventuais contágios".
Em todas as situações deve manter-se a regra da higienização das mãos, seja nas visitais pascais, seja noutras cerimónias e tradições neste período pascal.
Nas orientações enviadas às paróquias de todo o país, mantém-se a regra do distanciamento e do uso de máscara dentro das igrejas ou noutros espaços fechados.
Nas cerimónias, a saudação não deve envolver contacto e é, também, aqui sugerida uma vénia.
Na comunhão, a hóstia deve ser entregue nas mãos dos fiéis e insiste-se na higienização das mãos.
Quem se confessa deve manter "suficiente distância entre o penitente e o confessor" e ambos devem usar máscara.
As pias de água benta, nas igrejas, "continuarão vazias".
Todas as cerimónias e tradições em espaços fechados ou abertos têm de respeitar as determinações das "autoridades competentes para situações educativas, sociais e culturais semelhantes".
As orientações da Conferência Episcopal Portuguesa foram revistas no final de fevereiro, no caso do culto e das atividades pastorais, e no final de março, no caso da Visita Pascal.
"Não será um grande sacrifício"
O padre Paulo Terroso, diretor de comunicação da arquidiocese de Braga, a região do pais onde a semana santa tem raízes mais profundas, não acredita que estas limitações importunem muito os fiéis.
"Não beijar a cruz no domingo de Páscoa, como na Sexta-feira Santa na adoração da cruz, é a medida mais restritiva, mas a verdade é que muitas pessoas já não o faziam. Não será um grande sacrifício para a maioria das pessoas", disse o padre à TSF.
Ouça as declarações do padre Paulo Terroso à TSF
O padre da arquidiocese de Braga teme que existam confusões por causa das regras: "Há sempre alguém, porque já bebeu o copo da festa ou porque é negacionista, que possa beijar e não estar minimamente interessado no cumprimento das normas. Mas será uma exceção, uma coisa absolutamente reduzida."
Embora considere que a tradição se vai manter, Paulo Terroso confessa-se curioso sobre a forma como estes anos irão influenciar a tradição.
"Não acredito que acabe com a tradição, mas confesso que ao mesmo tempo estou curioso, porque pode acontecer que haja pessoas que nem sequer abram a porta", conclui.