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O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado, considera que a insolvência da Dielmar é trágica para o setor têxtil e defende que são precisos mais apoios para evitar endividamentos.
"Os apoios às empresas deveriam ter sido de um montante mais interessante para as empresas mais afetadas. Cada caso é um caso e o que defendemos é que as empresas, numa situação como esta de pandemia, deveriam ter um tipo de ajudas que não as obrigasse a endividarem-se. Aumentar os endividamentos em alguns casos pode ser suficiente, noutros, em que a situação económica já não era tão saudável, pode levar a situações de rutura, como infelizmente estamos a constatar no caso da Dielmar", explicou à TSF Mário Jorge Machado.
Já relativamente ao apoio e à participação do Estado em empresas como a Dielmar, Mário Jorge Machado admite que é uma situação pouco habitual.

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"Não é muito comum o Estado entrar no capital das empresas. Esse é o modelo que tem vindo a ser utilizado em situações limite, é uma situação que possa fazer sentido, mas deve ter cabimento sobretudo em situações de crescimentos empresariais e desenvolvimento de novos projetos. A introdução de algum capital do Estado pode ter algum sentido", afirmou o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.
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Ouça as declarações de Mário Jorge Machado à TSF
A expectativa é que a retoma do setor esteja para breve devido ao abrandar da pandemia.
"Felizmente têm sido muito poucos os casos em que têm existido situações de insolvência. Todas as empresas estão a tentar chegar ao oásis após esta travessia do deserto, mas muitas delas estão a chegar muito mais debilitadas. É normal, as encomendas e a faturação foram a conta gotas e tiveram de sobreviver com muito pouca água", acrescentou Mário Jorge Machado.