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Duas pessoas morreram e várias outras ficaram feridas, esta terça-feira, num ataque ao Centro Ismaili, em Lisboa. A confirmação foi dada pela Polícia de Segurança Pública (PSP).
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As vítimas mortais são duas mulheres de nacionalidade portuguesa, que tinham entre 20 e 40 anos, apurou a TSF. O atacante é um refugiado de nacionalidade afegã, segundo Nazim Ahmad, representante do Imamat Ismaili em Lisboa. O suspeito sofre de problemas psiquiátricos, indicou à TSF fonte policial.
Até ao momento, sabe-se que a PSP recebeu o alerta para a ocorrência pelas 10h57 desta manhã. De acordo com um comunicado emitido pela polícia, pelas 10h58 chegaram logo os primeiros agentes ao local, que se depararam com um homem "armado com uma faca de grandes dimensões". Segundo o presidente do Conselho Nacional da Comunidade Muçulmana Ismaili, Rahim Firozali, o homem atacou três pessoas, numa altura em que "decorriam aulas e outras atividades" no Centro Ismaili.
Perante o cenário, a polícia deu ordens ao homem para parar o ataque, tendo ele desobedecido e avançado em direção aos agentes com a faca na mão. Explica a PSP que os polícias responderam disparando com armas de fogo sobre o atacante, que foi atingido, tendo ficado ferido.
O suspeito - entretanto detido, pelo que sob custódia da polícia - foi socorrido e transportado para o hospital, onde está a receber cuidados médicos.
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Nesta altura, o acesso ao centro e ao parque de estacionamento, no local, está vedado, apesar de o trânsito circular. O centro Ismaelita, na Avenida Lusíada, foi inaugurado em 1998, tendo uma área total de 18 mil metros quadrados, entre a zona edificada e os jardins e pátios.
O primeiro-ministro, António Costa, reagiu de imediato ao ataque, expressando "solidariedade e pesar" com a comunidade ismaelita e as famílias das vítimas, e registou a rápida intervenção da PSP. O chefe do Governo sublinha, no entanto, que, para já, é prematuro classificar o ato em causa como terrorista, adiantando que tudo indica que se tenha tratado de um "ato isolado". Uma indicação sublinhada pelo Presidente da República, que também já veio condenar o "ato criminoso".
O chefe de Estado apresentou, igualmente, "sinceros pêsames" ao representante do Imamat Ismaili em Lisboa, "solicitando que os transmitisse também ao Príncipe Aga Kahn e às famílias das vítimas".
Condolências estendidas ainda pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. que, em declarações à TSF, nega que este ataque cause um "conflito diplomático" com a comunidade ismaelita e sublinha a "confiança absoluta nas forças de segurança e no sistema de segurança interno português".