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O vereador da Proteção Civil na Câmara de Lisboa, Ângelo Pereira (PSD), afirmou esta quinta-feira que a ministra da Saúde tem de "pôr ordem" no processo de vacinação contra a Covid-19, criticando a "falta de organização", inclusive nos agendamentos.
"A ministra tem de pôr a casa em ordem, tem de pôr os serviços de saúde em ordem e a funcionarem bem, coisa que não está a acontecer", disse Ângelo Pereira, em declarações à agência Lusa, à margem de uma iniciativa a propósito do Dia Internacional de Pessoa com Deficiência, que se assinala na sexta-feira.
Sobre o primeiro dia do centro de vacinação contra a Covid-19 no pavilhão 4 da Feira Internacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações, que abriu portas na quarta-feira, o vereador da Proteção Civil referiu que "o balanço é quase positivo", explicando que "todo o funcionamento a nível de organização correu muito bem", mas o que correu menos bem foi "a afluência excessiva de pessoas de manhã, que originou algumas filas [...], e da parte da tarde o centro esteve quase vazio".
O autarca realçou o problema dos agendamentos para a vacinação, nomeadamente o envio de SMS aos utentes com convocatórias para serem vacinados no novo centro na FIL no dia anterior à inauguração do espaço, quando a data de abertura de 1 de dezembro já tinha sido anunciada pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), e a dificuldade de distribuir as marcações pelo horário de funcionamento.
A concentração de utentes durante a manhã do primeiro dia de funcionamento centro de vacinação na FIL aconteceu "por dois motivos", um dos quais porque as pessoas se deslocaram muito antes da hora marcada, apontou o vereador social-democrata: "As pessoas tinham marcações para 10h00 e chegavam lá às 06h00, tinham marcações ao 12h00 e chegavam lá três e quatro horas antes, [...] portanto fazemos um apelo para as pessoas irem à hora que está marcada, porque vão ser vacinadas na hora que estiver marcada e assim as coisas fluem mais".
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"E, depois, houve marcações dos serviços de saúde para a manhã e não houve para tarde, portanto é uma falta de organização. Se distribuírem as pessoas pelo dia, tudo flui com mais facilidade", expôs Ângelo Pereira, destacando o apoio logístico da Câmara de Lisboa no processo de vacinação, em que o município se está a substituir ao Governo central, com o investimento nos meios necessários para assegurar as condições de funcionamento dos centros de vacinação na capital, designadamente na FIL (Parque das Nações) e na Ajuda, inclusive no pagamento de enfermeiros.
"Queremos o melhor para os lisboetas e queremos dar-lhes condições de se protegerem do vírus, portanto está a haver um investimento da Câmara Municipal e tem que haver aqui uma de coordenação com o Ministério da Saúde, tem que haver aqui uma boa organização por parte do Ministério da Saúde, dos serviços de saúde, que não está a acontecer", declarou o vereador da Proteção Civil, deixando um apelo à ministra da Saúde, Marta Temido, para que "ponha a casa em ordem" e para que os serviços de saúde se organizem de forma a evitar filas nos centros de vacinação.
Questionado sobre a falta de apoio do Governo do PS à Câmara de Lisboa no processo de vacinação por agora o executivo municipal ser presidido pelo social-democrata Carlos Moedas, após ter derrotado o socialista Fernando Medina nas eleições autárquicas de 26 de setembro, Ângelo Pereira respondeu: "Se fosse isso, isso queria dizer que nos outros concelhos as coisas funcionariam bem, mas o que me dizem é que esse tipo de falhas tem acontecido em vários concelhos, portanto acho que é falta de organização dos serviços".
"Não acredito que tenha a ver com questões partidárias, com questões políticas, porque acho que todos queremos o melhor para a nossa população, para o cidadão, portanto temos que proteger o cidadão e a câmara está a investir muito, tanto a nível de testagem como a nível da vacinação, criar condições para as pessoas serem vacinadas, para testarem e para testarem muito, para podermos precaver contágios", reforçou o social-democrata.
No âmbito da testagem à Covid-19, o vereador informou que existem quatro postos de testagem diurnos, um nos Restauradores, um no Martim Moniz, um no Cais do Sodré e um no Campo Pequeno, e desde terça-feira foi disponibilizada à população a testagem noturna no Cais do Sodré, no horário das 20h00 às 02h00, para as pessoas poderem, por exemplo, frequentar estabelecimentos noturnos, serviço que "dentro de dias" irá ser alargado ao Largo de Camões, Príncipe Real e Santos.
"A testagem não necessita de marcação prévia, é gratuita, testes de antigénio para residentes e não residentes em Lisboa", comunicou Ângelo Pereira, adiantando que a câmara está a preparar mais postos em mais localizações, além dos oito anunciados, considerando que o Ministério da Saúde poderia apoiar com a comparticipação dos testes, investimento que está a ser suportado totalmente pela Câmara de Lisboa, que paga 15 euros por teste.
Em 26 de novembro, a Câmara de Lisboa aprovou, por unanimidade, a contratação, por ajuste direto, de serviços de testagem à Covid-19 por farmácias aderentes do concelho, até ao final do ano, num investimento de mais de 3,225 milhões de euros.