- Comentar
A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade aplaude a intenção do Governo em criar 15 mil postos de trabalho no setor social.
"É um bom contributo e são importantes porque os trabalhadores podem, de facto, escassear se houver qualquer baixa por Covid ou outra situação qualquer. Só acrescentaria outra medida que também era importante: logo no início de setembro começarmos lutar contra a gripe. Todos, trabalhadores, utentes e dirigentes porque nos meses de outono/inverno são normais as constipações, as gripes e qualquer situação pode ser problemática e levantar uma espécie de pânico na instituição", explica à TSF Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade.
Além disso, o Governo vai também criar uma linha telefónica de apoio para os lares, a partir do outono.

Leia também:
Dimensão dos surtos em lares "não é demasiado grande"
"Termos uma linha telefónica de acesso direto imediato perante situações de alguma dúvida e inquietação é uma forma de acesso a uma resposta e é, de facto, importante porque muitas vezes, nestas instituições, o grande problema que existe é não saber como atuar, como agir perante determinadas situações", considera Lino Maia.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Já para João Ferreira de Almeida, presidente da Associação de Apoio Domiciliário e de Casas de Repouso de Idosos, as medidas parecem positivas, mas lembra que há quem tenham recusado ir trabalhar para os lares.
"Parecem-me positivas, mas o que percebi da entrevista é que vai a ver a criação de uma bolsa, nomeadamente a nível do IEFP, mas também sei de um ou outro caso, de voluntários que estão ao abrigo dessa bolsa, que quando sabem que o lugar disponível é num lar de idosos têm-se recusado a avançar", revelou João Ferreira de Almeida.
Até ao fim do ano, o Governo quer colocar 15 mil pessoas a trabalhar nos lares ao abrigo do programa especial criado em abril, para instituições do setor social. Para já foram colocadas 5800 pessoas, mas a ministra da Solidariedade revela ao Expresso que o objetivo é chegar às 15 mil no final do ano.
Ana Mendes Godinho explica que o programa do Governo paga 90% do custo da contratação até ao fim de dezembro. Depois disso haverá um prémio de dois salários mínimos para as instituições que integrarem os trabalhadores no quadro.
Quando à linha telefónica, o responsável pela associação mostra-se um pouco cético e prefere esperar para ver se funcionará. Há casos de outras linhas que não têm capacidade.
"Os resultados com outras linhas não são famosos, estão permanentemente interrompidas ou nós ligamos e não conseguimos que a chamada seja atendida. Isso acontece com muita frequência. À partida é positivo, de facto, é preciso é que depois existam recursos para não haver falhas de atendimento", acrescentou o presidente da Associação de Apoio Domiciliário e de Casas de Repouso de Idosos.
Questionada sobre o lar de Reguengos de Monsaraz, a ministra assume que não leu o relatório da Ordem dos Médicos que foi enviado para o Ministério Público e sublinha que a sua missão é ajudar os lares e não procurar culpados.
Ana Mendes Godinho considera que a dimensão dos surtos nos lares não é demasiado grande e lembra que, em abril, existiam 365 e agora há menos de 70.