Como a concessão de água em Portugal acaba por ir parar a fundos de investimento

Paços de Ferreira é um dos exemplos de como o abastecimento de água à população começou por ser concessionado a um grupo privado português e acabou vendido a um fundo de investimento.

O contrato foi assinado em junho de 2004 com a AGS e entrou em vigor 3 meses depois. A AGS, Sociedade Concessionária dos Sistemas de Abastecimento de Água e Saneamento, começou por ser uma empresa do grupo Somage que conseguiu entrar no negócio da água em vários municípios de todo o país.

No entanto, a AGS já não era bem portuguesa, em 2004, quando ficou também com a Águas de Paços de Ferreira. A Somague Ambiente já estava sob a alçada dos espanhóis da Sacyr Vallermoso.

O negócio terá continuado apetecível e em 2019 é comprado pelo grupo Plainwater, uma SGPS, sociedade gestora de participações sociais, com sede na Maia. É por aqui que o contrato de Paços de Ferreira vai parar a um fundo de investimento, a ECS.

A história continua e, em 2020, uma outra empresa do ramo, a Indaqua, que já tinha a concessão da água e do saneamento em cinco municípios do Norte, viu aqui uma oportunidade.

A Indaqua decidiu comprar a Plainwater e em janeiro de 2022 a Autoridade da Concorrência dá luz verde ao negócio. O regulador considera que não há perigo de concentração.

Quando propôs esta compra, a Indaqua, por sua vez, tinha sido já comprada pela Myia Waters, uma holding de um empresário israelita. A Myia Waters apresenta-se no site como "uma empresa global, especializada na gestão e poupança de água".

O mercado não para e, em finais de 2020, um investidor em infraestruturas, o fundo de investimento Antin Infrastructure Partners, adquire a Myia.

O Antin tem sede no Luxemburgo e escritórios em Paris, Londres e Nova Iorque. Promete bom retorno a quem investir no seu portfólio e não consta que saiba onde fica Paços de Ferreira.

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