Constrói avatares e é uma das empreendedoras mais inovadoras da Europa

Verónica Orvalho estuda as "ciências das caras" há mais de 18 anos e fundou uma startup que cria avatares.

Verónica Orvalho é a única representante de Portugal entre as 21 empreendedoras mais inovadoras da Europa, distinção atribuída pelo Conselho Europeu de Inovação. A investigadora sublinha que os humanos digitais podem ser aplicados em múltiplas áreas, das comunicações ao retalho ou da educação ao mercado de trabalho.

Verónica Orvalho acredita que os avatares representam um mundo de oportunidades e diz que a distinção do Conselho Europeu pode servir de inspiração para as novas gerações. "É a possibilidade de poder inspirar outras pessoas a querer desenvolver tecnologia de ponta com impacto e melhorar as condições de vida das pessoas. É o reconhecimento de uma trajetória de muitos anos a desenvolver tecnologia e a tentar fazer projetos que ajudem os outros."

Há mais de 15 anos que desenvolve tecnologia na criação de humanos digitais. "O objetivo é conseguir criar uma versão de nós humanos a partir de uma simples fotografia. O impacto no futuro, a possibilidade de criar uma versão 3D de nós próprios, poderia permitir comunicar em qualquer idioma em qualquer parte do mundo. Por exemplo, imagine no sistema educativo, há crianças em algumas partes do mundo que não têm acesso a qualquer sistema educativo e se conseguirmos criar um humano digital, que fale qualquer língua, pode ser a extensão de um professor numa sala de aula. Podemos levar a educação a qualquer parte do mundo."

A investigadora diz que os humanos digitais vão ser os elementos que permitem tornar o mundo digital mais humano, "conseguimos pôr-nos a nós próprios num mundo que atualmente não tem uma cara. Para comunicar com alguém fazemos videochamada ou enviamos sms ou vamos ao Instagram, mas aquilo não tem uma vida própria. Ao criar um novo modelo de interação, onde o centro de ação neste mundo 3D é um humano digital que conseguimos cuidar e evoluir ".

Para criar um avatar "tira-se uma fotografia, que é enviado a um sistema na cloud, processado e passados uns segundos temos um modelos 3D que consegue falar, mexer-se, movimentar-se. Pode, por exemplo, servir para experimentar roupa de forma virtual".

Os videojogos são o primeiro caso de uso dos avatares, "podem tirar uma fotografia e ser os heróis dentro de um jogo que já existe".

Em 2016, Verónica Orvalho fundou a Didimo, uma startup que "presta serviços, criamos os humanos digitais para poderem ser inseridos noutras aplicações. Por exemplo, uma aplicação para poder ajudar quem tem problemas de fala ou audição. A partir de uma app podemos construir um humano digital e ela pode interagir com estas pessoas, o humano digital é o interlocutor. Uso que pode estender-se a outras áreas. Criamos a tecnologia para os humanos digitais".

A investigadora explica que "as três áreas de maior procura são o gaming, o retalho (para criar experiências para experimentar roupa) e na áreas das comunicações (para poder fazer, por exemplo, reuniões imersivas). Verónica Orvalho é professora na Universidade do Porto e diz que "ainda há muito para fazer. A nível de desafios tecnológicos o próximo desafio é criar um sistema com mais emoções".

A fundadora da startup Didimo, Veronica Orvalho, é a única representante de Portugal entre as 21 empreendedoras mais inovadoras da Europa, distinção atribuída pelo Conselho Europeu de Inovação.

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