Criança morta em Setúbal: arguidos conhecem medidas de coação este sábado

Trabalhos são retomados às 10h00, mas não há mais declarações dos arguidos.

Os arguidos no caso da menina que morreu na segunda-feira em Setúbal já foram ouvidos em primeiro interrogatório judicial, mas as medidas de coação a que ficarão sujeitos só serão conhecidas no sábado, indicaram esta sexta-feira fontes judiciais.

Em declarações aos jornalistas pelas 21h30, a secretária do Tribunal, Carla Gaio, disse que "o interrogatório judicial foi interrompido" e que os arguidos já tinham abandonado o edifício, regressando no sábado de manhã, pelas 10h00.

Carla Gaio acrescentou ainda não estar autorizada a dar mais nenhuma informação.

Fonte do Conselho Superior de Magistratura adiantou, entretanto, à agência Lusa que os arguidos foram ouvidos já hoje em primeiro interrogatório judicial e "não vão falar mais amanhã [sábado]".

"Os trabalhos vão ser retomados amanhã [sábado] a partir das 10h00 apenas para requerimentos e promoções e as medidas de coação deverão ser conhecidas por volta das 15h00", acrescentou.

Os três detidos, suspeitos pela morte de uma menina de três anos na segunda-feira, um homem e duas mulheres, entraram no Tribunal de Setúbal pelas 17h35, para serem ouvidos em primeiro interrogatório judicial.

Os três arguidos foram detidos pela Polícia Judiciária por suspeita de homicídio qualificado, rapto, extorsão e ofensas à integridade física.

A morte da menina ocorreu na segunda-feira, depois de a mãe ter ido buscá-la a casa de uma mulher que identificou às autoridades como ama da criança.

De acordo com a mãe, a menina esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus-tratos, como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica.

A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.

Na quinta-feira, a Polícia Judiciária revelou que deteve três pessoas por suspeita do homicídio: uma mulher de 52 anos a quem a mãe da criança devia dinheiro, inicialmente identificada como ama, o seu marido, com 58 anos, e a filha, de 27 anos.

À Lusa, o coordenador da Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, João Bugia, adiantou que a mãe da menina e o padrasto foram também ouvidos durante a noite de quarta-feira na PJ, mas não foram constituídos arguidos.

Segundo João Bugia, a mãe da menina foi "ardilosamente enganada" e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita.

Nos cinco dias em que permaneceu na casa dos detidos, a criança terá sofrido maus-tratos severos.

João Bugia revelou ainda que, apesar de haver algumas suspeitas iniciais de eventuais agressões sexuais contra a criança, esses indícios não foram confirmados na autópsia realizada na quarta-feira.

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