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Um grupo de pais e encarregados de educação concentrou-se esta manhã junto à escola básica de Valadares, em Vila Nova de Gaia, para manifestar preocupação pelos efeitos das greves de professores.
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Nuno Oliveira, representante da associação de pais desta escola com oito turmas do ensino básico e três do pré-escolar, diz que a normalidade não pode passar a ser a exceção.
"Queremos que olhem para as crianças e para a forma como elas são afetadas, quer seja pela negação do direito ao ensino, quer seja por todos os efeitos que que esta greve lhes possa causar."
Depois do ensino à distância durante a pandemia, só no ano passado foi possível o regresso à normalidade nas escolas, lembra Nuno Oliveira, "e este ano regressamos à anormalidade com toda esta contingência".
Ouça a reportagem TSF em direto na escola básica de Valadares
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O representante da associação de pais lamenta ainda que as crianças não saibam "se têm ou não escola no dia a seguir", já que não voltaram a ter uma semana de aulas sem interrupções.
Maria Fernandes, mãe de uma criança com necessidades especiais de nove anos que frequenta esta escola em Valadares, conta que os alunos estão cada vez mais ansiosos".
"As crianças estão a ter uma hora de aulas por dia e há muitas que não têm porque os pais não têm disponibilidade para levar as crianças" para a escola no horário em que têm aulas.
"O meu filho, que anda no quarto ano, é uma criança que vem da pandemia. O único ano "normal" que teve no ensino primário foi o terceiro ano. Teve o primeiro ano em pandemia, teve o segundo ano ainda em pandemia, o terceiro ano foi excelente e agora, no último ano do primeiro ciclo acontece este caos", lamenta.
"As crianças estão com uma ansiedade enorme", diz Maria Fernandes
Esta mãe ressalva que os encarregados de educação não estão contra a greve, mas esperavam que fosse possível assegurar serviços mínimos, como acontece noutros setores.
"Nós entendemos a greve, não temos nada contra a greve, apenas queremos implementação de planos mínimos, algo que não existe na educação. Existem serviços mínimos para todos os outros organismos que fazem greves, mas no campo da educação não há serviços mínimos garantidos."