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Os cuidadores informais que vivem nos concelhos integrantes de um projeto piloto do Governo estão a receber uma média de 300 euros por mês. A Associação de Cuidadores Informais diz ser pouco e difícil de obter, numa altura em que a Tutela se prepara para alargar o projeto a todo o país.
Há quase mil pessoas (976) a receber apoio financeiro relativo ao Estatuto do Cuidador Informal. Vivem nos 30 concelhos que serviram de piloto a um projeto do Governo que começou há um ano. Os dados do Ministério da Segurança Social são divulgados pelo Jornal de Notícias, e mostram que, das 1600 pessoas (1598) que se candidataram ao subsídio nestes concelhos, 976 conseguiram ter as candidaturas aprovadas.
Os cuidadores recebem uma média de 300 euros por mês, de um subsídio que tem um teto máximo de 438,81 euros. Para Maria dos Anjos Catapirra, vice-presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais, é um valor baixo, sobretudo porque muitas destas famílias vivem apenas de apoios sociais. Ouvida pelo JN, Maria dos Anjos Catapirra considera que 1600 candidaturas é pouco, porque estima existirem perto de 13 mil cuidadores nos concelhos-piloto.
Ouça a explicação.
Há vários obstáculos para conseguir o subsídio, que não é cumulativo com outros apoios sociais. Além da burocracia e do desconhecimento acerca deste novo subsídio, quem estiver a receber uma pensão e velhice não se pode candidatar, e quem tem um complemento por dependência de primeiro grau fica sujeito a junta médica. Mas os clínicos estão a recusá-la a quem não está acamado, deixando de fora casos como o Alzheimer e outras demências.
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O Governo lembra que o estatuto vai muito para além da atribuição de um subsídio, e inclui outros benefícios como a formação, dias de descanso ao cuidador e a nomeação de um profissional de referência que apoia os doentes.
Os 30 projetos-piloto previstos no Estatuto do Cuidador Informal foram para o terreno há um ano. Agora vão ser alargados ao resto do país.