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Seja ministro ou secretário de Estado, cada membro do Governo que sai ou muda de funções faz esta distinção pública a muitos dos que o acompanharam no exercício do cargo.
Os louvores enchem páginas e páginas do diário oficial. Desde o motorista à secretária, até aos responsáveis pela segurança, assessores ou chefes de gabinete. Estes últimos tendem a arrancar o maior número de adjetivos e parágrafos elogiosos.
É assim há décadas. "É uma tradição e é uma boa tradição. Quem trabalhou, gosta de ver esse reconhecimento", comenta em declarações à TSF Helena Rodrigues, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado.
Ouça a reportagem da TSF.
Mas é apenas uma palmadinha nas costas oficial ou pode pesar, por exemplo, quando alguém se candidata a um cargo público? "Na lei não está nada, quando muito pode haver uma adequação das funções prestadas às funções a que se candidata. Um fator de valorização curricular, mas só isso."
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A única exceção será no caso de funcionários públicos sujeitos a avaliação. Enquanto trabalham com membros do Governo não são avaliados, mas "quando regressam ao serviço (ao lugar de origem) esse louvor serve eventualmente para fazer uma avaliação de desempenho com ponderação curricular", explica Helena Rodrigues.
Muitos dos louvores vão, no entanto, para os funcionários saídos do setor privado. Nesses casos, de pouco mais servirão do que de um aconchego ao ego ou, quem sabe, uma espécie de prova dada, caso queiram vir a integrar outro gabinete do mesmo Governo.
São sempre publicados em Série II e chegam a ser dezenas por dia. Moram na secção "C - Governo e Administração direta e indireta do Estado" e, só esta segunda-feira, foram 23.