Depois do "extermínio", Governo suspende avaliação para construir central fotovoltaica

Projeto obrigava a encontrar uma solução para veados, gamos e javalis, muitos deles mortos no último fim de semana, alterando as condições que estão descritas no estudo de impacto ambiental.

O Ministério do Ambiente decidiu suspender durante pelo menos 30 dias a consulta pública para aprovar o projeto de construção de uma central de painéis fotovoltaicos, de energia solar, na Quinta da Torre Bela, na Azambuja.

Como a TSF noticiou esta manhã, o projeto obrigava a avançar com mais caçadas (que já tinham aumentado nos últimos meses, na expectativa do início da construção da central) ou à retirada das centenas de veados e javalis que existiam no terreno - o mesmo terreno onde neste fim de semana foram mortos 540 animais numa montaria.

O Governo tem dito, em resposta, que a matança não está relacionada com a central fotovoltaica, mas esta tarde, à SIC Noticias, o ministro Matos Fernandes anunciou a suspensão da consulta pública do projeto.

"Este acontecimento altera profundamente as condições ambientais daquele território e por isso o estudo de impacto ambiental entregue à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) desatualizou-se, sendo preciso em função destes acontecimentos averiguar o que tem de ser alterado", explica o governante, referindo que não faz sentido colocar em avaliação e em consulta pública elementos que com a montaria dos últimos dias ficaram "certamente errados".

Em março, uma análise preliminar do projeto, também lida pela TSF e entregue pelo promotor na APA, dizia que estava a ser ponderada uma solução alternativa de transferência para uma outra herdade, evitando uma solução mais drástica, de "extermínio" (palavra usada no documento), através de sucessivas ações de caça que já tinham começado meses antes da montaria do último fim de semana.

Em comunicado, o Ministro do Ambiente e da Ação Climática sublinha que a APA tem agora 30 dias para averiguar, "em face dos factos ocorridos e, em resultado das referidas averiguações", "se o Estudo de Impacte Ambiental deve ser reformulado ou aditado no âmbito do procedimento de avaliação de impacte ambiental do projeto em causa".

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