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O Presidente da República admitiu, esta terça-feira, pedir ao Tribunal Constitucional (TC) a fiscalização preventiva da lei das ordens profissionais. O texto final desta lei juntou propostas do PS e do PAN, e foi aprovado no Parlamento antes do Natal, com os votos a favor do PS, do PAN e a Iniciativa Liberal.
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Presidente vai pedir ao Constitucional fiscalização preventiva da lei das ordens
Ouvido pela TSF, o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando de Almeida Santos, considera que a lei que foi aprovada é um garrote para as ordens profissionais.
"Havia algumas questões que eram altamente desrespeitadoras daquele que é o papel das ordens, nomeadamente, a perspetiva de um órgão de supervisão a controlar as ordens e a admissão de pessoas externas à Ordem dos Engenheiros, ou seja, à profissão para, no fundo, de alguma maneira, direta ou indiretamente, gerir a profissão. Não fazia sentido estarmos a admitir e a avaliar pessoas para entrarem na profissão por não profissionais, esta é a grande questão", afirma à TSF Fernando de Almeida Santos.
Ouça aqui as declarações do bastonário da Ordem dos Engenheiros à TSF
O bastonário da Ordem dos Engenheiros indica que a nova lei causava vários constrangimentos: "Um órgão de supervisão tem que ser eleito por inter-pares e na sua maioria era constituído por não profissionais. De que forma é que eu, por exemplo, como candidato a bastonária ia organizar uma candidatura constituindo um órgão de supervisão de pessoas que não fazem parte da profissão? Outra questão engraçada e pela negativa: De que forma é que nós avaliávamos futuros engenheiros, engenheiros estagiários, obrigatoriamente por um júri constituído por não engenheiros?"
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"Há aqui coisas que, claramente, não fariam sentido se esta lei avançasse. Estou convencido que estes assuntos vão ser corrigidos", considera.
Em declarações aos jornalistas, à margem de um evento cultural no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa defende que "é bom que haja certeza e segurança dos portugueses".
O projeto de lei relativo às ordens profissionais, que altera questões como as condições de acesso a algumas profissões (advogado, contabilista ou médico), introduz estágios profissionais remunerados e cria uma entidade externa para fiscalizar os profissionais foi aprovado no Parlamento em dezembro do ano passado.