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O 25 de Abril vai voltar à rua. A Direção-Geral da Saúde deu parecer favorável à realização do desfile na Avenida da Liberdade, já no próximo domingo, nos 47 anos da Revolução dos Cravos, mas quem participe no evento vai ter de registar-se de forma a facilitar contactos caso ocorra um surto de Covid-19.
A notícia acaba de ser adiantada à TSF por Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, que organiza as comemorações populares da Revolução de 1974.
Em declarações à TSF, Vasco Lourenço explicou que só deve participar no desfile quem pertence à associação e que a DGS exige que todos os participantes se registem "para acorrer a um possível surto que obrigue a um contacto imediato com que participou".
Vasco Lourenço explica que os participantes no desfile vão ter de registar-se.
"Não se pode olhar para o que se vai passar na Avenida da Liberdade como uma manifestação das que era habitual fazer", assinala Vasco Lourenço.
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Perante as limitações, o presidente da Associação 25 de Abril explica que foi decidido fechar o desfile, deixando de fora, por exemplo, o partido Iniciativa Liberal, que queria estar presente.
"No desfile só participam os integrantes da comissão e quem eles indicam", reforçou o presidente da associação.
Os dois partidos que "não estão na comissão promotora e manifestaram vontade de participar" são a Iniciativa Liberal e o Volt. A decisão de impedir a participação destes partidos foi da comissão promotora.
IL e VOLT ficam fora do desfile para evitar "ultrapassar os mil participantes".
"Começamos a fazer contas e chegamos à conclusão de que tínhamos de restringir ao máximo e não poderíamos ultrapassar os mil participantes", explica à TSF Vasco Lourenço.
João Cotrim Figueiredo, do partido IL, não entende nem aceita que se lhe fechem as portas do desfile.
"Não sei o que passou pela cabeça destas pessoas ao acharem que mais um partido - neste caso com representação parlamentar -, poderia fazer a diferença na organização de um desfile como este", notou o parlamentar, que avançou mesmo com uma hipótese: "Só se acham, como às vezes temos acusado algumas pessoas de fazerem, que são donos da liberdade e do 25 de Abril, e que podem viver num país onde há direitos para uns e não para os outros."
João Cotrim Figueiredo não entende a decisão da Associação 25 de Abril.
Numa nota a que a TSF teve acesso, a DGS diz considerar que "existem condições para a viabilização do Desfile Comemorativo do 25 de abril, tendo em conta a garantia dada pela Organização de cumprimento escrupuloso de todas as medidas previstas nos documentos enviados e das elencadas no Parecer Técnico, bem como da devida articulação com as Autoridades de Segurança para que sejam cumpridos os comportamentos mitigadores da transmissão de infeção, de acordo com a legislação em vigor".