Diocese de Lisboa afasta quatro padres por suspeita de abuso sexual de menores

O Patriarcado de Lisboa quer "tolerância zero" e "transparência total em relação a qualquer situação de abuso de menores e adultos vulneráveis".

O Patriarcado de Lisboa afastou preventivamente esta terça-feira quatro sacerdotes por suspeita de prática de abuso sexual de menores, na sequência de uma recomendação da Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis.

"O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, determinou o afastamento preventivo, também designado como proibição do exercício público do ministério, de quatro sacerdotes no ativo, recomendado pela Comissão Diocesana", pode ler-se num comunicado divulgado no site da diocese de Lisboa.

No mesmo comunicado, o Patriarcado sublinha "que não existe uma acusação formal a nenhum destes sacerdotes que, contudo, ficam assim afastados do exercício público do seu ministério, enquanto decorrem todas as diligências dos seus processos".

Relativamente ao quinto sacerdote referido na lista entregue pela Comissão Independente, o Patriarcado esclarece que o padre, "que também se encontra no ativo, já tinha sido sujeito a medidas cautelares".

"O Patriarcado de Lisboa continua totalmente empenhado na procura da verdade, assente na tolerância zero e na transparência total em relação a qualquer situação de abuso de menores e adultos vulneráveis", garante.

No passado dia 10, o Patriarcado de Lisboa tinha anunciado a receção de uma lista de 24 suspeitos de abusos, cinco dos quais padres no ativo.

Destes 24 nomes, segundo o Patriarcado de Lisboa, oito nomes diziam respeito a sacerdotes já falecidos, dois eram padres doentes e retirados do ministério, três de sacerdotes sem qualquer nomeação, quatro são nomes desconhecidos, além de um leigo e de um ex-padre.

Com base nesta lista, a Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis do Patriarcado de Lisboa pediu, então, mais informações à Comissão Independente para "tornar possível a entrega ao Cardeal-Patriarca das recomendações que lhe permitam fundamentar a proibição do exercício público do ministério dos sacerdotes no ativo e assunção das devidas responsabilidades no apoio e respeito pela dignidade das vítimas".

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.

A comissão entregou à Conferência Episcopal Portuguesa uma lista de alegados abusadores, alguns no ativo, tendo esta remetido para as dioceses a decisão de afastamento de padres suspeitos de abusos e rejeitado atribuir indemnizações às vítimas.

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