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A diocese de Lisboa, que na quarta-feira recebeu os dados complementares sobre os cinco padres que estão envolvidos em denúncias de abusos sexuais e que ainda estão no ativo, não tem uma decisão, mas há a promessa de que será emitido um comunicado na próxima semana depois de uma reunião com todos os membros da Comissão Diocesana de Lisboa.
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"Já recebi esses elementos da Comissão Independente. A Comissão Diocesana do Patriarcado de Lisboa vai reunir e estou a contar que no início da próxima semana já haja a possibilidade de fazer um comunicado sobre a conclusão a que se chegou. Ainda não vi nada", explicou à TSF José Souto Moura, responsável da Comissão Diocesana do Patriarcado de Lisboa.
Ouça as declarações de José Souto Moura à TSF
Enquanto isso no Porto, o bispo Manuel Linda afastou "temporariamente" três padres cujos nomes constam da lista de alegados abusadores sexuais de menores elaborada pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica.
Esta decisão foi tomada depois de, na passada sexta-feira, a Diocese do Porto ter anunciado ter recebido uma lista de 12 suspeitos de abusos sexuais de menores, sete dos quais são padres no ativo, prometendo suspendê-los preventivamente se "aparecerem indícios fiáveis" dos crimes.
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A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.

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Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.
No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais "devem ser entendidos como a 'ponta do iceberg'" deste fenómeno.
A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.