Doentes epiléticos sofrem mais devido à pandemia de Covid-19

Na semana dedicada à epilepsia, os efeitos da pandemia e do confinamento vão estar em debate numa iniciativa que faz parte das comemorações dos 50 anos da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia.

A Covid-19 trouxe preocupações acrescidas para quem sofre de epilepsia. Este é um dos temas a abordar durante a semana dedicada a esta doença que arranca esta segunda-feira e faz parte das comemorações dos 50 anos da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia. Em Portugal, estima-se que existam cerca de 50 a 70 mil pessoas afetadas pela epilepsia.

Cristina Pereira, neuropediatra e uma das organizadoras da iniciativa, explica que a pandemia deixou estes doentes ainda mais vulneráveis. "A Covid-19 proporciona maior probabilidade de crises mais frequentes", adianta.

Esta situação é visível sobretudo nos mais novos, especialmente com o confinamento. Cristina Pereira esclarece que "algumas vezes as crianças com epilepsia têm questões de comportamento e dificuldades de aprendizagem e ficaram prejudicadas com o confinamento".

"O facto de não ter a escola aberta e não ter as terapias a que estavam habituados, pode ter complicado mais a vida daquelas famílias e daquelas crianças", acrescenta.

A semana da epilepsia tem um programa dirigido a profissionais de saúde, investigadores, doentes e seus familiares. Cristina Pereira sublinha que ainda hoje existe um estigma relativamente a esta doença.

"Não saber quando é que vem a crise pode acarretar realmente maior ansiedade social pelo facto de saber que pode ter uma crise na escola ou no local de trabalho e é isso que nós queremos chamar a atenção porque poderá acontecer sim, mas em situações controladas, a probabilidade é menor", refere.

A neuropediatra alerta também para a importância de as pessoas saberem como atuar se virem uma criança ou um adulto a ter uma crise epilética.

Em cima da mesa estarão vários temas como a mulher com epilepsia "que é sempre uma questão sobretudo na mulher em idade fértil", a Covid-19 e a epilepsia "atendendo à fase pandémica em que estamos" e também "os canabinoides e a epilepsia que tem sido também um tema que tem corrido algumas notícias e quais é que são as indicações e em que epilepsia é que eles podem estar indicados".

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