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Uma impressora 3D, muitos acetatos e elásticos. O que começou como uma forma de ajudar os bombeiros transformou-se numa pequena produção familiar. Diogo, de 19 anos, Diniz, de 14, e os pais estão, desde março, a criar viseiras em casa.
Diogo Alexandre é aluno do primeiro ano de Engenharia Mecânica, na Universidade de Coimbra, e foi lá que surgiu a ideia.
"Há um professor no meu departamento, o professor Norberto Pires, que fez o desenho em três dimensões para imprimir o suporte para fazer as viseiras. Vi aquilo, contactei-os, obtive o desenho e lembrei-me de que na escola secundária, em Alcanena, há uma sala do futuro que é pioneira no país", explicou à TSF Diogo Alexandre.

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Pediu apoio à direção da escola, que emprestou uma impressora 3D e os filamentos de plástico necessários para produzir as viseiras. Depois procurou o resto do material.
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"Os elásticos comprei numa loja que é do pai de uma colega minha da escola, para os acetatos falei com o senhor Martinho, da gráfica Vilamor. Ele arranjou-me os acetatos e tanto num lado como do outro não foi preciso pagar nada. Eles disponibilizaram-se para oferecer o material", afirmou o estudante de engenharia.
Pouco depois os materiais passaram a ser financiados pela autarquia. Atualmente a produção abrandou, mas, no início, a impressora não parava de trabalhar e não dava descanso aos dois irmãos.

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"Trabalhávamos 24 sob 24 horas. Estávamo-nos sempre a levantar durante a noite, era à vez. Púnhamos o despertador, porque já sabíamos mais ou menos a hora a que aquilo acabava, e os nossos pais davam também uma ajuda na parte dos elásticos, a montar e a cortar", contou o jovem de Alcanena.
Os pais também ajudam na conta da eletricidade, que subiu nestes últimos tempos. As primeiras máscaras foram para os bombeiros de Alcanena, onde Diogo Alexandre também presta serviço.
O comandante Jorge Frazão nem queria acreditar quando recebeu as viseiras.

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"Ele resolveu fazer isto e presenteou-nos logo, em primeiro lugar, e depois aos bombeiros de Minde. Foi um presente muito bom para nós porque estávamos já a usar máscara e foi agradável. Dou os parabéns ao Diogo", acrescentou o comandante Jorge Frazão.
Depois dos bombeiros, os irmãos entregaram viseiras na GNR, ao Serviço Municipal de Proteção Civil de Alcanena, a lares e várias Instituições Particulares de Solidariedade Social.
