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O ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, considera "normal" que a gestora dos aeroportos procure salinas para compensar o impacto sobre as aves do estuário do Tejo, com a construção do novo aeroporto do Montijo.
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A TSF avançou, esta quarta-feira, que a ANA - Aeroportos de Portugal quer comprar ou alugar salinas para compensar as aves afetadas pelo novo aeroporto do Montijo que, neste momento, tem o estudo de impacto ambiental em consulta pública.
Desde julho que a ANA está em contacto com vários proprietários de salinas, que devem ser ecologicamente semelhantes àquelas que serão afetadas, ter áreas de alimentação, e ficar longe das rotas aéreas.
Pelo menos duas entidades privadas e a Santa Casa da Misericórdia de Alcochete já demonstraram disponibilidade para discutir a venda ou aluguer das salinas de que são proprietárias.
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O ministro do Ambiente recordou, ao final da manhã, que esta opção decorre do estudo de impacto ambiental e que o mesmo já foi feito noutras ocasiões.
"A ANA pretende adquirir ou alugar um conjunto de salinas que hoje estão degradadas e que podem ser um novo habitat par a avifauna. Isto já aconteceu em dois momentos: quando foi a construção da Ponte Vasco da Gama, em que as salinas do Samouco foram uma área de compensação, e quando foi feita a variante à EN 10 (...), onde as salinas de Alverca também foram usadas", lembrou Matos Fernandes.
"É uma proposta absolutamente normal", concluiu o ministro.
A solução não conta, no entanto, com o apoio dos especialistas. Ouvido pela TSF, o diretor-geral da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) refere que esta parece ser "uma falsa medida compensatória".
Domingos Leitão defende que, para compensar um dano, é necessário criar algo novo e não recorrer a algo que já hoje existe e precisa de ser bem gerido, em nome da proteção das aves.