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Henrique de Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, reconhece que o país está numa situação cada vez mais protegida e aconselha a vacinação das crianças, assim que as autoridades de saúde aprovarem os fármacos para os mais novos.
"A vacinação é a nossa medida fundamental de proteção. É muito importante vacinar as crianças quando as vacinas estiverem inequivocamente aprovadas e reforçar a vacinação das restantes pessoas à medida que o tempo vai passando", afirma.
O especialista acrescenta que "mesmo que a Covid não tenha presença tão relevante como teve há um ano vamos ter, seguramente, muitas infeções respiratórias nesta altura, como sempre tivemos".
O perito do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto lembra que importa saber como o país chegou à situação atual e como pode preparar-se para tomar as próximas decisões, mas sublinha que Portugal está "muito melhor do que há um ano".

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"Há dois aspetos que ficam claramente evidenciados: adivinha-se a transformação endémica deste nosso contacto com o vírus da Covid-19 e há uma evidente diferença entre o que aconteceu no primeiro e segundo ano e essa diferença é marcada por todo o processo de vacinação. Se olharmos para estas medidas, os casos e os óbitos e compararmos com o que se passou há exatamente um ano verificamos a diminuição genérica da frequência da infeção. A situação portuguesa, tanto na frequência dos casos como na das mortes, encontra-se muito melhor do que há um ano em comparação com os outros e também em comparação consigo próprio", explica.
Olhando também para as idades, o especialista ressalva que há uma grande diferença sobretudo nos casos de internamentos hospitalares. Os números deste mês "não têm nada a ver" com os números de dezembro de 2020 e janeiro deste ano.
"Lembremos, uma vez mais, que estamos num tempo em que as medidas restritivas estão extraordinariamente diminuídas. Desde maio até agora, a adesão dos portugueses à vacinação poupou 200 mil infeções, mais 135 mil dias de internamento em enfermaria, 55 mil dias em cuidados intensivos e 2300 vidas. Podemos dizer que neste momento, se olharmos sobretudo para os casos de infeção, poderia fazer sentido desaconselhar as reuniões com muitas pessoas, as chamadas reuniões sociais, sobretudo acima de mais de 50 pessoas", alerta o especialista.