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Assinala-se esta segunda-feira o Dia Nacional do Dador de Sangue. Todos os dias são necessárias entre 1000 a 1100 unidades de sangue, sendo que cada uma tem cerca de 450 mililitros de sangue.
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Depois de, em 2020, ter-se assistido a uma diminuição nas dádivas de sangue em cerca de 7%, por culpa da pandemia, em 2021 isso reverteu-se. Num ano em que cerca de 35 mil pessoas deram sangue pela primeira vez, os valores acabaram mesmo por superar os de 2019.
No entanto, é preciso que as pessoas continuem a dar sangue. Alberto Mota, presidente da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue, reconhece que, na altura do inverno, as dádivas diminuem "porque os dadores, muitas das vezes, têm infeções respiratórias, constipações, gripes. E isso faz com que haja uma diminuição de dadores presentes nas colheitas de sangue. Este ano está a prolongar-se um pouco mais no tempo, mas penso que, nos próximos dias, as coisas irão voltar à normalidade. Temos grandes desafios pela frente, como a procura de novos dadores. A faixa etária do nosso dador é muito alta. Os dadores que em 2020 e 2021 deram sangue foram, em maior número, de uma faixa etária muito alta. Por isso, precisamos de jovens dadores, e pessoas a darem sangue pela primeira vez".
Ouça as explicações de Alberto Mota à TSF
Os desafios são cada vez maiores, numa população cada vez mais velha. Por isso, é preciso apostar nas camadas mais jovens. Alberto Mota sublinha que as escolas têm acolhido bem as iniciativas da Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue.
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"Temos tido as portas abertas da Direção-Geral de Educação para, em conjunto com as escolas do país, trabalharmos o projeto "O Gotas Vai à Escola", que é a forma de hoje, falarmos com os miúdos, os mais novos, com os jovens, com as crianças, sobre a importância da dádiva de sangue. Porque é preciso falar nas escolas sobre o que é preciso para dar sangue, o que é que se faz ao sangue, e porque é que se dá sangue. E isto é um trabalho que não dá frutos, nem sangue, amanhã. Mas certamente que nos dará muitas dádivas no futuro", afirma Alberto Mota.
Conheça o projeto "O Gotas Vai à Escola"
A dádiva de sangue é benévola e não remunerada. No entanto, os dadores de sangue beneficiam de alguns direitos, como a isenção das taxas remuneradoras, que tinha sido retirado em 2011 mas que, foi entretanto reposto. Alberto Mota adianta que "uma das pretensões que a federação tem, e que está a trabalhar para isso, é repor o que foi retirado, a nós, dadores de sangue, em 2011".
"Em 2011, o dador de sangue tinha direito à isenção das taxas moderadoras, e tinha direito ao dia quando se deslocava para dar sangue. As taxas moderadoras foram repostas, e muito bem. O direito ao dia ainda não foi reposto, estamos a trabalhar para que seja reposto, porque nós temos de ser realistas. Nós precisamos de 1000 a 1100 unidades todos os dias, de segunda-feira a domingo. Por isso, temos de ter os dadores disponíveis para, de segunda-feira a domingo, poderem fazer a sua dádiva."
Em Portugal, podem doar sangue todas as pessoas saudáveis, entre os 18 e os 65 anos, e com peso igual ou superior aos 50 kg. As mulheres podem dar sangue de quatro em quatro meses, os homens podem fazê-lo de três em três meses.
Os tipos de sangue são A, O (zero), os tipos de sangue mais comuns, e AB e B, os mais raros. Além dos tipos de sangue, existe ainda o fator RH, que determina se o tipo de sangue é positivo ou negativo.