- Comentar
Era um sonho com muitos anos. Vários montes isolados na Neta e Pulo do Lobo, no concelho de Serpa, ainda não tinham energia eléctrica. Dependiam de geradores para gestos simples, como ter água, cozinhar, conservar alimentos, ouvir rádio ou carregar o telemóvel.
Depois de um acordo promovido pela Associação de moradores, a electricidade chegou há cerca de três meses.
Os geradores foram guardados e os moradores desejam que se tornem uma "relíquia".
Numa exploração agrícola, Raul Afonso e Irene Palma contam que a vida mudou. Agora, já têm, um frigorífico que garante água fresca e a conserva alimentos como a manteiga ou os ovos das muitas galinhas do monte.

Raul Afonso e Irene Palma
© TSF
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Basta carregar no botão, regozija-se Irene, com a perspectiva de uma vida nova, mas "não é de um dia para o outro. Vou-me adaptando", afirma Raul.
Ouça aqui a reportagem de Cristina Lai Men, com sonoplastia de Paulo Jorge Guerreiro.
O presidente da Associação de moradores da Neta e do Pulo do Lobo, Joaquim Falé, afirma que "é um sonho tornado realidade". Nunca pensou ter luz, porque o orçamento chegava aos 30 mil euros, mas com a união dos moradores, as despesas baixaram para os dois mil euros.
Agora, já se consegue "passar a ferro", sorri Joaquim, que já tem planos para criar um parque de autocaravanas, nos 15 hectares do monte do Vale do Linho, onde escolheu viver o resto dos seus dias.

Joaquim Falé e a vista para o Pulo do Lobo
© TSF
Com 75 anos, Manuel Mateus também mudou a residência para o Pulo do Lobo.
A casa antiga, que pertencia aos tios-avós, recebeu luz este Verão.
Com as novas facilidades, Manuel quer mudar-se da cidade, na margem sul do Tejo, para o monte na serra de Serpa, porque como "dizem os alentejanos, galinha de campo não gosta de capoeira".
Depois dos últimos 25 montes a receberem luz, a Associação de moradores da Neta e Pulo do Lobo quer fazer chegar a energia eléctrica a mais 40 casas e explorações, na terceira fase de electrificação.
* A autora não escreve segundo as norma do novo acordo ortográfico