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A partir desta sexta-feira, cada embalagem de plástico que sirva para acondicionar refeições prontas a consumir tem um custo de 30 cêntimos mais IVA, mas a Deco e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) querem que esta cobrança seja adiada.
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Para Rita Rodrigues, da Deco, este não é o momento adequado para implementar a medida. À TSF, a responsável sustentou que os consumidores serão "surpreendidos com esta cobrança" porque "não houve espaço para que fossem informados".
Rita Rodrigues acrescenta que esta não é uma altura oportuna para aplicar a medida tendo em conta o contexto de aumento de preços generalizado. "A cobrança destes 30 cêntimos vai obviamente agravar ainda mais aquilo que são as dificuldades dos consumidores", alerta.
A responsável, que manifesta dúvidas sobre como se chegou ao valor dos 30 cêntimos, diz perceber os "desígnios da sustentabilidade" e concorda que seja necessária a implementação deste tipo de medidas, mas acentua que "tem de ser dado tempo para envolver todos os players do mercado, inclusivamente os consumidores que a vão pagar".
Ouça aqui as declarações de Rita Rodrigues à TSF
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Tal como a Deco, a APED também critica a entrada em vigor da medida. Ouvido pela TSF, o diretor-geral, Gonçalo Lobo Xavier, sugere que seja adiada por seis meses, de modo a que a contribuição seja do conhecimento dos consumidores. "Não houve um tempo para comunicar isto atempadamente ao consumidor", afirma o responsável, assinalando que há ainda muitas questões "por esclarecer", nomeadamente em relação ao processo de faturação.
Para Gonçalo Lobo Xavier, era mais prudente dar mais tempo aos operadores para comunicarem a medida aos consumidores, especialmente numa fase em que "todos estamos a sofrer com a inflação" e com "o aumento dos custos de vida".
"Estamos sempre a favor de medidas que fomentem o uso responsável do plástico", ressalva ainda o responsável da APED, considerando o "timing e a forma" como tudo foi gerido "manifestamente infeliz".
Ouça aqui as declarações de Gonçalo Lobo Xavier
A TSF já contactou o Ministério do Ambiente para saber se está aberto a atender a estes apelos. Para já, ainda não obtivemos resposta.