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O encerramento da urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital Amadora-Sintra durante a noite já está a ter impacto no serviço de outras unidades hospitalares. A urgência está fechada desde a noite de segunda-feira, e no Hospital Santa Maria, a maternidade esteve lotada nos últimos dois dias.
Alexandre Valentim Lourenço, presidente do conselho regional do sul da Ordem dos Médicos, reconhece, em declarações à TSF que "já se viu em várias maternidades um aumento do número de partos e de episódios de urgência durante a noite, tendo sobrecarregado várias maternidades centrais".
Ouça Alexandre Valentim Lourenço, sobre os impactos do encerramento noutras unidades.
O presidente do conselho regional do sul da Ordem dos Médicos conta também que "essas maternidades chegaram a estar completas em termos de salas de parto, e houve a necessidade de reencaminhar doentes para outras das maternidades da rede metropolitana de Lisboa". No caso específico do Hospital de Santa Maria, "houve um aumento de partos durante a noite e durante o dia de segunda e de terça-feira, porque as pacientes que entram à segunda-feira normalmente têm o parto no dia seguinte". O resultado foi a sobrecarga: "Durante segunda e terça-feira a maternidade esteve sempre cheia."
Alexandre Valentim Lourenço já tinha alertado para o impacto para a rede do encerramento da urgência de ginecologia e obstetrícia do antigo Hospital Amadora-Sintra. Na perspetiva do médico, a situação não pode prolongar-se por muito tempo, até por causa dos cuidados requeridos pela Covid-19.
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Alexandre Valentim Lourenço, ouvido pela jornalista Cristina Lai Men, receia os efeitos deste encerramento numa altura em que a pandemia avança.
É "preocupante se se mantiver durante demasiado tempo, porque o número de partos transferidos para maternidades que já por si estão em sobrecarga é acomodável mas não de uma forma indefinida", constata o representante do conselho regional do sul da Ordem dos Médicos. "O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca não tem pouco volume de partos, é um hospital com um grande volume de partos", lembra ainda.
Alexandre Valentim Lourenço quer, por isso, ver a situação resolvida com prontidão. "Esperamos que seja resolvido rapidamente porque estamos numa altura em que a pandemia está a aumentar, e estas mulheres novas e grávidas são mais frequentemente afetadas, mesmo sem sintomatologia, e obrigam a dois circuitos nos hospitais e isso ainda sobrecarrega mais a rede."
