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São 400 enfermeiros do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) e 100 afetos à ARS, que trabalham nos centros de saúde e que não passam do primeiro escalão. O caso arrasta-se desde 2010 quando foi criada a carreira especial de enfermagem e os profissionais começaram integrá-la faseadamente.
No entanto, apesar de tanto os dirigentes da ARS como do CHUA terem assumido com o Sindicato em 2019, o compromisso de contar todo o tempo de serviço anterior para progressão na carreira, isso não aconteceu. "Estamos a falar de profissionais que trabalham há 20 anos e que ficam na primeira posição remuneratória como qualquer enfermeira que entra agora" na profissão, diz o dirigente do SEP.
" Uma injustiça", afirma Nuno Manjua. Segundo o sindicalista os enfermeiros já tinham perdido 70% do tempo de serviço quando foi alterada a lei para a nova avaliação de desempenho. " Agora não queremos perder os outros 30%", justifica Nuno Manjua.
Enfermeiros do Algarve há 20 anos à espera de subirem na carreira. Reportagem de Maria Augusta Casaca
Os enfermeiros consideram ainda que o Governo trata de forma desigual os profissionais e garantem que aos técnicos do INEM e aos inspetores de saúde foi considerado todo o tempo de serviço para contagem na carreira.
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O sindicato lembra ainda que no continente há diferentes entendimentos sobre a mesma lei, existindo instituições que contabilizaram o tempo de serviço aos enfermeiros, tal como o fizeram a Madeira e os Açores. O SEP reuniu também com a comissão parlamentar de saúde e com os deputados da região e desafia os politicos a passarem das palavras aos atos promovendo soluções junto do Governo.
Nuno Manjua lamenta que apesar de toda a disponibilidade mostrada pelos enfermeiros durante a pandemia o Governo nada faça para resolver o problema. "Os enfermeiros disponibilizam-se a montar de um dia para o outro hospitais de campanha, centros de vacinação, a fazerem horas extraordinárias e o Governo o que faz é protelar" as decisões.
O Sindicatos dos Enfermeiros Portugueses decidiu agendar formas de protesto até ao mês de maio para fazer valer as suas reivindicações. A primeira já está marcada para a próxima quarta-feira, junto à porta do hospital de Faro.