Enfermeiros em greve: "Administrações hospitalares interpretam lei a seu bel-prazer"

As greves parciais por regiões começaram no Algarve e prolongam-se até dia 23 de fevereiro.

Os enfermeiros do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) paralisaram durante duas horas e concentraram-se à entrada do Hospital de Faro, gritando palavras de ordem. Exigem a contagem de todos os pontos dos anos de serviço para progressão na carreira e retroativos a 2018.

Cristina Galucho, enfermeira de ginecologia e obstetrícia, que trabalha no bloco de partos, foi uma das enfermeiras que aderiu a esta greve. "Eu sou enfermeira desde 2006 e estive a contratos com termo certo até 2010", conta. Foi como se tivesse começado a carreira só a partir dessa altura.

Tal como a Cristina, a muitos outros enfermeiros os pontos para progressão na carreira só começaram a ser contabilizados quando lhes fizeram um contrato a termo certo. Os anos para trás foram apagados. E, nalguns casos, estão em causa seis ou mais anos.

De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), cada administração está a interpretar a lei à sua maneira. "Nós aqui não somos colocados nos escalões, ficamos em níveis intermédios e não nos querem pagar os retroativos a 2018 como receberam os colegas com contratos em funções públicas", indigna-se a enfermeira.

O SEP marcou greves parciais em diferentes pontos do país até dia 23 de fevereiro e, no caso do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, o sindicato já marcou outra greve, para dia 8, caso a reunião agendada com a administração para dia 7 deste mês nada traga de novo.

Nuno Oliveira, dirigente do SEP, no Algarve, coloca a hipótese de os enfermeiros se juntarem à greve dos médicos agendada pela FNAM para março. "É uma decisão que vamos tomar em conjunto", ressalva.

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