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O Governo aliviou as restrições por causa da Covid-19, na sequência da reunião de quarta-feira no Infarmed, na qual ouviu peritos da área da saúde. O fim da obrigatoriedade de apresentação de teste negativo à entrada de bares e discotecas foi a melhor notícia que os donos desses espaços podiam ter recebido. É o que fica claro na reação de Miguel Camões, presidente da associação do setor na cidade do Porto.
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"Foi com enorme satisfação e alívio que ouvimos as palavras do Governo. Desde que nos foi imposta a obrigatoriedade de teste na entrada dos nossos espaços temos tido uma quebra muito grande e significativa de clientela. Por isso para nós é um alívio e uma enorme satisfação porque o nosso setor precisa de retomar e entrar numa normalidade que sempre teve. Deparamo-nos com obrigações financeiras elevadíssimas e se não temos clientes nas nossas casas não as conseguimos cumprir", explicou à TSF Miguel Camões, presidente da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto.
Ouça as declarações do presidente da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto à TSF
Também o presidente da Promover e Inovar a Restauração Nacional (PROVAR), associação nacional de restaurantes, diz que estas são excelentes notícias para o setor da restauração. Daniel Serra espera, no entanto, que o Governo possa apoiar mais o setor.
"São excelentes notícias para a restauração. A questão do teletrabalho era uma limitação que provocava uma quebra muito grande na faturação, especialmente nos horários dos almoços. O fim da obrigatoriedade do teletrabalho e da apresentação dos certificados digitais será um voltar quase à normalidade, mas os estabelecimentos enfrentam grandes dificuldades e é uma elevada dívida acumulada nestes dois anos por força destas restrições", acrescentou Daniel Serra.
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Ouça as declarações do presidente da PROVAR à TSF
Na conferência de imprensa, questionada pelos jornalistas sobre o calendário de aplicação das decisões esta quinta-feira anunciadas, Mariana Vieira da Silva referiu que as novas medidas deverão entrar em vigor "nos próximos dias", após a promulgação pelo Presidente da República e publicação em Diário da República.
Os diplomas aprovados pelo Conselho de Ministros seguirão "ainda hoje para Belém" e "a prática dos últimos meses por parte do senhor Presidente da República é de uma promulgação muito rápida", afirmou a ministra.
Os bares e discotecas reabriram em 14 de janeiro, após encerramento de três semanas no âmbito das medidas de contenção da pandemia, com os clientes sem dose de reforço da vacina a terem de apresentar teste negativo para entrar.

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Para entrar nos bares e discotecas os clientes tinham de apresentar um teste negativo à Covid-19, com exceção de quem demonstrasse ter sido vacinado há pelo menos 14 dias com uma dose de reforço contra a doença ou de quem tivesse um certificado de recuperação.
Eram válidos testes PCR feitos há menos de 72 horas, rápido com menos de 48 horas ou autoteste feito à entrada. Atualmente, os clientes não têm de usar máscara nestes espaços, ao contrário dos trabalhadores, segundo as regras em vigor definidas pela Direção-Geral da Saúde.
Os bares e discotecas tinham reaberto em outubro pela primeira vez desde o início da pandemia em Portugal, após 19 meses parados, sendo que entre outubro e dezembro, para entrar nestes espaços, era necessário apresentar teste negativo antigénio ou PCR ou certificado de recuperação da covid-19, mesmo no caso de pessoas vacinadas.
A covid-19 provocou pelo menos 5.848.104 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.708 pessoas e foram contabilizados 3.148.387 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.