"Enquanto pessoa, não me oponho a que exista eutanásia"

Graça Freitas defende que têm de estar garantidos cuidados "até ao fim da sua vida" e manifesta-se contra o "encarniçamento terapêutico".

Na semana em que o Parlamento debate cinco diplomas sobre a eutanásia, Graça Freitas "como pessoa" afirma que não se opõe à morte assistida, mas depois de estarem arrumados dois "compartimentos" que considera essenciais.

"A grande aposta deve ser na capacidade de acompanhar as pessoas até ao fim da sua vida, seja com cuidados paliativos, com cuidados domiciliários ou com algum tipo de apoio às pessoas que quiserem seguir o seu percurso de vida até ao fim", sublinha a Diretora-Geral de Saúde manifestando-se "radicalmente contra o encarniçamento terapêutico, ou seja, aquelas questões que têm de ver com prolongar de forma agressiva, violenta até, dois, três, cinco, dez dias a vida de uma pessoa".

"É para isso é que há testamento vital e as pessoas podem dizer que não querem ser vítimas de encarniçamento terapêutico. A terapêutica deve ser adequada às circunstâncias e não deve ser desproporcionada em relação à condição", vinca Graça Freitas na entrevista TSF/DN.

"Ditas estas duas coisas - criar condições para acompanhar as pessoas com dignidade até ao fim, não fazer encarniçamento terapêutico -, o compartimento que ainda ficar de fora disto, em pessoas que estejam completamente conscientes, mais uma vez devidamente esclarecidas e mais uma vez acauteladas todas as condições, eu, enquanto pessoa, não me oponho a que exista eutanásia".

Graça Freitas considera ainda que a questão da eutanásia deve ser ponderada "sempre caso a caso, sempre com grande acompanhamento médico".

Na próxima quinta-feira, são debatidos em plenário cinco projetos-lei apresentados por PS, BE, PAN, PEV e Iniciativa Liberal.

Há dois anos, foram chumbados todos os diplomas que defendiam a despenalização da eutanásia mas a atual configuração parlamentar pode ditar outro desfecho.

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