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A pneumologista Raquel Duarte, da ARS Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, defendeu, esta quarta-feira, o fim das limitações de acesso a espaços comerciais e discotecas, bem como a utilização das máscaras "em ambientes de risco" e o "ajuste das medidas ao risco".
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O país conta com uma "boa cobertura vacinal e uma boa adesão às medidas de saúde pública". A incidência está também a diminuir e "a última onda não teve impacto significativo nos serviços de saúde", lembrou, alertando, no entanto, para algumas ameaças, como "a iniquidade no acesso à vacinação a nível mundial e novas variantes".
Em Portugal, está atualmente em vigor a testagem, o uso da máscara, a lotação dos espaços. Raquel Duarte recordou que as atividades "estão abertas", em "segurança".

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Comparando com o contexto da União Europeia e Reino Unido, a especialista destacou que Portugal "é um dos países com menos medidas restritivas".
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Assim, na reunião com os peritos no Infarmed, Raquel Duarte apresentou uma proposta de atuação face ao momento atual com "um nível de menos medidas restritivas".
No nível I, a especialista propôs que não haja mais limitações em acesso a estabelecimentos comerciais e discotecas. As máscaras devem ser utilizadas em locais fechados ou exteriores de grande densidade populacional.

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No nível 0, Raquel Duarte considerou importante manter "um modelo de vigilância", mas "sem limitações" e "sem obrigatoriedade de uso de máscara". Aqui, a máscara deve ser utilizada apenas em caso de sintomas respiratórios ou de perceção de risco.
A pneumologista defendeu que Portugal deve passar às medidas de nível I com atualização quinzenal "para perceber se estamos em condições de progredir para o nível 0", tendo como base os indicadores da mortalidade e de internamento em cuidados intensivos.

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Segundo Raquel Duarte, os próximos passos devem ser a monitorização, a vacinação, a ventilação, a utilização de máscara em ambiente de risco, a proteção dos mais vulneráveis e a preparação para novos surtos. A especialista avisou que vão existir novas variantes e novos surtos, sendo, por isso, essencial "manter a vigilância e ajustar as medidas ao risco".
"É preciso ritualizar comportamentos, não é aceitável descuidar a higienização das mãos, ou que não se mantenha distância ou não se use máscara se tivermos sintomas", finalizou.

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