Especialista diz que Governo tem de explicar medidas com previsões. Farmácias pedem que testes sejam agendados

Tiago Correia, do Instituto de Medicina e Higiene Tropical, sublinha que o Executivo não deve avançar com medidas sem justificar a necessidade da decisão tendo em conta uma previsão e explicação epidemiológica. Já a Associação Nacional de Farmácias pede que os portugueses tenham o cuidado de agendar os testes antigénio antes das visitas aos lares ou antes dos eventos.

Tiago Correia, do Instituto de Medicina e Higiene Tropical, considera que as medidas anunciadas por António Costa, após o Conselho de Ministros de quinta-feira, deveriam fazer-se acompanhar de dados de enquadramento sobre a evolução da Covid-19. No Fórum TSF, o especialista em Saúde Pública Internacional refere que, sem explicações, dificulta-se a perceção da população, o que nada abona para o sucesso das decisões.

"Os decisores, quando falam numa alteração das medidas, se é um agravamento das medidas, têm de dizer qual é a previsão que têm sobre o agravamento da doença. Ou não há agravamento da doença e, aí, estas medidas são tomadas do tempo, ou há um previsível agravamento da doença que vai colocar em causa a resposta do sistema de saúde e isso tem de levar a um agravamento das medidas."

O especialista em Saúde Pública Internacional lamenta que os portugueses não tenham "essa resposta em cima da mesa, porque aquilo que nos foi dito foi: 'O sistema de saúde ainda vai responder, tem respondido e ainda há espaço para responder.'"

"Esta contradição dificulta a perceção das pessoas sobre a adesão àquilo que lhes é pedido", defende Tiago Correia.

Também no Fórum TSF, a Associação Nacional de Farmácias garantiu que estes estabelecimentos estão preparados e disponíveis para dar resposta a um aumento da procura dos testes antigénio. A presidente, Ema Paulino, não assegura, no entanto, que, se houver um pico da procura, haja capacidade de resposta para todos os pedidos. "Novamente para fazer parte da solução, as farmácias estão a organizar-se, estão a aderir aquelas que têm efetivamente condições humanas e de infraestruturas", afirma Ema Paulino.

"Claro que determinados picos ou, se efetivamente se se começarem a observar muitas baixas de pessoal nas farmácias comunitárias, decorrentes da evolução pandémica" pode haver um condicionamento do "acesso", por isso as farmácias sugerem que, "atempadamente, e, caso estejam a programar uma visita a um familiar institucionalizado ou tenham um determinado evento, que agendem o teste com antecedência".

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