O Governo Regional dos Açores vai investigar vários casos de abusos na realização de testes à Covid-19. Está em causa um esquema em que várias pessoas simulam uma viagem aos Açores só para terem um teste pago pelo governo açoriano.
Em declarações à TSF, Gustavo Tato Borges, presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Pandemia de Covid-19 nos Açores e vice-presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, revela que as autoridades regionais estão a par da situação e explica como funciona o esquema.
"Os Açores, como exigem a entrada na região com um teste negativo nas últimas 72 horas, fornecem de forma gratuita o teste a quem fizer essa viagem. É uma obrigação nossa: já que exigimos, pagamos", explica.
"Temos, de facto, recebido algumas informações de que os utentes têm usado este mecanismo, comprando uma viagem a baixo preço, para poder fazer um teste com menores custos e, depois, não usufruindo da viagem para a Região Autónoma dos Açores", adianta à TSF.
Por este motivo, o Governo Regional dos Açores vai passar a pedir às companhias aéreas as listas de quem não embarcou nas viagens e os passageiros que não tiverem ausência justificada terão de pagar os testes.
"Vamos poder cruzar os dados de quem viajou para cá com quem realizou o teste. Se tivermos informação de que alguém não realizou a viagem correspondente ao teste que fez, não vamos pagar esse teste às entidades privadas", indica Gustavo Tato Borges.
O presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Pandemia de Covid-19 nos Açores considera que "é um dever" da região fornecer o teste à Covid-19, mas apenas "para quem vai, efetivamente, viajar [para os Açores] e não para qualquer pessoa que pretenda fazer teste". Motivo pelo qual, a partir de agora, "um indivíduo que teve um teste negativo e depois não realizou a viagem aos Açores terá de provar que não a realizou por um motivo de força maior".
O governo regional açoriano vai também avisar os laboratórios de testes da Covid-19 deste esquema, que garante tratar-se de um abuso.
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